Jornal revela quem pode visitar Schumacher 12 anos após acidente
A vida de Michael Schumacher se tornou um território quase inacessível desde o acidente de esqui que mudou sua história, em 2013. Doze anos depois, o heptacampeão da Fórmula 1 segue protegido por silêncio pela própria família. No período, apenas um grupo extremamente reduzido conseguiu -e ainda consegue- visitar o ex-piloto. Quem faz parte desse círculo? E por que tão poucos têm acesso a ele?
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Quem pode ver Michael Schumacher
Lista de visitantes é seleta. Além de Corinna Schumacher, esposa de Michael, e os filhos Gina-Maria e Mick, o círculo de pessoas autorizadas a visitar Schumacher é composto essencialmente por três nomes ligados intimamente à sua carreira e trajetória pessoal: Jean Todt, Ross Brawn e Gerhard Berger. A informação foi revelada pelo The Telegraph.
Ex-presidente da FIA e chefe da Ferrari durante a era de ouro de Schumacher, Jean Todt é provavelmente o visitante mais frequente. O francês acompanhou o piloto em todos os cinco títulos conquistados pela Ferrari e segue próximo da família. Segundo o jornal britânico, ele costuma visitar Schumacher até duas vezes por mês e já chegou a declarar que assiste às corridas da Fórmula 1 ao lado do alemão.
Em 2021, Todt afirmou que o ex-piloto sobreviveu "com consequências" ao acidente. Ele evitou dar detalhes, em respeito ao pacto de privacidade firmado com a família.
"Graças ao trabalho dos médicos e à ajuda de Corinna, que queria que Michael lutasse, Michael sobreviveu, mas com consequências", disse Jean Todt, ao jornal alemão Bild.
Homem de confiança e "ex-rival" estão na lista
Um dos maiores estrategistas da F1 e homem de confiança de Schumacher, Ross Brawn trabalhou com o alemão na Benetton, na Ferrari e, no retorno do piloto à categoria, na Mercedes. Ele esteve ao lado do heptacampeão na conquista de todos os títulos mundiais.
Ex-piloto e companheiro de Ayrton Senna na McLaren, Gerhard Berger foi rival de Schumacher nas pistas e amigo fora delas. O austríaco tem relação próxima com a família e integra esse pequeno círculo que pode ter contato direto com o ex-piloto.
Como foi o acidente
Michael Schumacher sofreu um acidente grave em 29 de dezembro de 2013, enquanto esquiava na estação de Méribel, nos Alpes franceses. Ele bateu a cabeça em uma rocha e, mesmo usando capacete, teve lesões cerebrais severas. O alemão passou meses em coma induzido, foi submetido a cirurgias delicadas e iniciou um longo tratamento de reabilitação após deixar o Hospital de Grenoble, em 2014.
A família optou por absoluto sigilo. Desde então, ele vive sob cuidados médicos contínuos, longe do público, dividido entre a residência da família às margens do Lago de Genebra, na Suíça, e a casa em Maiorca. Não há boletins médicos, aparições públicas ou imagens recentes do ex-piloto.
Esposa se preocupa com privacidade
A pessoa mais decisiva nesse isolamento é Corinna Schumacher, esposa de Michael desde 1995. Aos 56 anos, ela supervisiona pessoalmente todo o tratamento do marido e controla rigorosamente quem pode vê-lo.
Corinna se tornou protetora da imagem do heptacampeão. Em diversas ocasiões, reforçou que o objetivo é preservar sua dignidade e impedir a exploração midiática. A posição se tornou ainda mais rígida após tentativas de chantagem envolvendo fotos e registros médicos do piloto.
Em 2024, porém, Schumacher teria feito uma aparição extremamente rara. Segundo a imprensa alemã, ele esteve presente no casamento de sua filha, Gina-Maria, em Maiorca. Os convidados teriam entregado os celulares antes da cerimônia, medida que faria parte do acordo permanente de proteção da família. Nenhuma imagem vazou.
Schumacher vive cercado por uma equipe médica particular, com tratamentos contínuos e adaptações constantes. Em 2019, foi submetido a um procedimento experimental com células-tronco em Paris.
O ex-chefe de operações da Red Bull e amigo pessoal, Richard Hopkins, chegou a dizer que acredita que o público provavelmente nunca verá Schumacher novamente. Segundo ele, falar sobre o estado do piloto é desconfortável devido ao pacto de sigilo e reforçou que não pertence ao círculo íntimo que tem acesso ao alemão.
Posso fazer um comentário, ter uma opinião, mas não faço parte desse círculo íntimo. Não sou Jean Todt, não sou Ross Brawn, não sou Gerhard Berger, que visitam Michael. Estou muito longe disso.
Richard Hopkins em entrevista à Sportsbible