O novo modelo de acompanhamento e gestão integrada dos recursos hídricos de São Paulo marca um avanço na proteção dos mananciais e na garantia do abastecimento da população. A nova metodologia permite um monitoramento mais preciso e decisões baseadas em projeções de longo prazo.
O modelo estabelece sete faixas de atuação conforme os níveis de reservação dos sistemas metropolitanos, com ações proporcionais às condições dos reservatórios, considerando seus níveis, afluências, consumo e volume de chuvas. O objetivo é assegurar que medidas de prevenção e uso racional sejam adotadas de forma planejada, gradativa e previsível, evitando pressões repentinas sobre o sistema.
As faixas de atuação são definidas a partir de uma curva de projeção de 12 meses. O acompanhamento é feito de maneira contínua pela SP Águas, garantindo atualizações constantes das projeções e segurança na tomada de decisões.
Nas faixas 1 a 3, o foco é em prevenção, consumo racional de água e combate a perdas na distribuição. As faixas 1 e 2 estabelecem o Regime Diferenciado de Abastecimento (RDA) e a gestão de demanda noturna (GDN) de 8 horas, respectivamente.
A faixa 3, onde São Paulo se encontra atualmente, prevê GDN de 10 horas por dia e intensificação de campanhas de conscientização. Já nas faixas 4, 5 e 6, os cenários são de contingência controlada, com períodos ampliados de redução da pressão na rede, por 12, 14 e 16 horas.
Por fim, a faixa 7 está concebida como uma medida excepcional, a ser adotada apenas quando todas as ações anteriores se demonstraram insuficientes para preservar os volumes nos reservatórios. Ela inclui o rodízio de abastecimento entre regiões, com obrigação de fornecimento de caminhões-pipa para apoio a serviços essenciais.
A metodologia estabelece prazos de estabilidade: as restrições só são aplicadas após sete dias consecutivos dentro de uma mesma faixa, e relaxadas após 14 dias de melhora dos indicadores.
Entenda o que acontece em cada faixa:
Faixa 1 (reservatórios em 37,82% a 43,81%): Foco em prevenção, consumo consciente e início do Regime Diferenciado de Abastecimento (RDA).
Faixa 2 (31,82% a 27,81%): Níveis estáveis, mas em queda; implantação da Gestão de Demanda Noturna (GDN) de 8 horas e reforço no combate a perdas.
Faixa 3 (25,82% 31,81%): Cenário de atenção; GDN ampliada para 10 horas e intensificação das campanhas de conscientização.
Faixa 4 (19,82% a 25,81%): Reservatórios abaixo da curva de segurança; redução de pressão por 12 horas e monitoramento contínuo dos volumes.
Faixa 5 (9,82% a 19,81%): Níveis críticos; redução de pressão por 14 horas e priorização do abastecimento a serviços essenciais.
Faixa 6 (-0,18% a 9,81%): Criticidade alta; redução de pressão por 16 horas e controle máximo do sistema para preservar os mananciais.
Faixa 7 (0 a -0,19%): Cenário extremo; rodízio regional de abastecimento e apoio com caminhões-pipa para garantir serviços prioritários.
A secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, destaca que o novo modelo se insere numa estratégia mais ampla de resiliência climática conduzida pelo Governo do Estado. “Desde 2023, estabelecemos uma estratégia climática com governança robusta, ações de curto, médio e longo prazo, sempre com planejamento e transparência”, afirmou. A metodologia está inserida no Plano Estadual de Adaptação e Resiliência Climática e no programa SP Sempre Alerta, que coordena políticas de prevenção a eventos extremos e gestão sustentável da água.