VOO 2283

Tragédia com avião da Voepass em Vinhedo completa um ano

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação/SSP
Acidente com voo 2283 matou 62 pessoas completa um ano sem conclusão oficial da investigação.
Acidente com voo 2283 matou 62 pessoas completa um ano sem conclusão oficial da investigação.

Um ano após a queda do voo 2283 da Voepass Linhas Aéreas em Vinhedo, a tragédia que tirou a vida de 62 pessoas segue sem um desfecho oficial. O acidente, ocorrido em 9 de agosto de 2024, foi o mais grave da aviação civil brasileira desde 2007. O avião ATR 72-500, que partiu de Cascavel (PR) rumo a Guarulhos (SP), caiu repentinamente e com grande velocidade, atingindo a área externa de uma residência no bairro Capela. Apesar da violência do impacto, a família que estava na casa escapou ilesa.

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No dia do acidente, o jovem Felipe Magalhães Filho, então com 17 anos, contou à reportagem do Portal Sampi Campinas como tentou ajudar naquela tragédia. “Eu sabia que morava um casalzinho de senhor. Eu sempre via eles varrendo a calçada. Na hora que eu vi que caiu ali no quintal deles, eu pulei o muro. Muito assustado. Muito nervoso. Eu pulei o muro para tirar o casalzinho de dentro de casa. Na hora que eu entrei dentro da casa, eu vi no quintal o avião, que ele raspou no telhado e caiu no quintal”, disse.


Portal Sampi Campinas

De acordo com a Força Aérea Brasileira, a aeronave operava normalmente até às 13h20, quando a comunicação com a torre de controle foi interrompida. Um minuto depois, o contato por radar também foi perdido. O avião caiu de uma altura aproximada de quatro mil metros, a cerca de 440 km/h. Não houve sobreviventes.

O trader Luiz Caprio Junior mora em um condomínio na região e deu seu relato no dia do acidente de como a situação era assustadora. “Eu presenciei que tinha um barulho muito próximo, e um barulho de motor diferente. Isso me fez sair a varanda. Quando eu vi o avião, ele não conseguiu se sustentar. Parou e começou a rodopiar. Na hora a gente fica até perplexo. Você pensa que é mentira. Você fica chocado”, afirmou.

Relatório preliminar


Reprodução/Redes Sociais

A investigação técnica foi aberta no mesmo dia pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). Em setembro de 2024, um relatório preliminar revelou que os pilotos comentaram, durante o voo, falhas no sistema que impede o congelamento das asas, apontando que o equipamento foi ativado e desativado diversas vezes. Essas informações constam na gravação da cabine, mas a causa oficial do acidente ainda depende do laudo final, que continua sob análise da FAB.

Destino da Voepass


Thiago Rovêdo

O caso também provocou desdobramentos na aviação civil. A Voepass — nome atual da antiga Passaredo — teve seu Certificado de Operador Aéreo cassado pela Anac, que apontou falhas graves de segurança operacional. A decisão, unânime, foi tomada em junho deste ano e impede a empresa de operar voos regulares por dois anos. A punição incluiu ainda multa de R$ 570,4 mil, e não cabe mais recurso.

O acidente mobilizou autoridades aeronáuticas e acendeu alertas sobre a manutenção e operação de aeronaves regionais no país. Até o momento, não há prazo para a divulgação do relatório definitivo. Familiares das vítimas seguem aguardando respostas sobre as circunstâncias que levaram à queda.

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