Diante do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos às exportações brasileiras, cresce nas redes sociais o desejo de retaliação: usuários de redes sociais, inclusive das americanas, como X e Instagram, estão convocando um “boicotaço” contra produtos norte-americanos a partir de 1º de agosto, data em que as novas tarifas entram em vigor.
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A campanha digital pede que os consumidores deixem de comprar mais de 100 itens fabricados ou distribuídos por empresas dos EUA. A lista, que circula em grupos e postagens virais, inclui desde refrigerantes e redes de fast-food até eletrônicos, e-commerces e aplicativos amplamente utilizados no Brasil.
A iniciativa simboliza aa indignação contra a medida assinada por Donald Trump, mas levanta dúvidas práticas: será que o brasileiro está disposto a abrir mão de marcas que fazem parte do seu dia a dia?
Entre os alvos do boicote estão ícones do consumo no Brasil, como Coca-Cola, Apple, Amazon, McDonald's, Nike e várias plataformas digitais, como Netflix. Quanto maior o impacto nas vendas dessas marcas, maior a “resposta popular” à ofensiva comercial de Trump, acreditam.
Por outro lado, o boicote pode ter efeitos colaterais não considerados neste primeiro momento. Muitas das empresas americanas presentes no Brasil mantém fábricas e centros de distribuição no território nacional, gerando empregos diretos e indiretos com mão de obra brasileira. Assim, ao evitar certos itens, o consumidor pode prejudicar o próprio mercado de trabalho nacional, mesmo se indiretamente.
O Brasil, no entanto, não está sozinho. Em março, o Canadá também reagiu às ameaças tarifárias dos EUA promovendo boicote semelhante, que incluiu produtos de tecnologia e agroindústria. A retaliação provocou queda na cotação do dólar canadense frente à moeda americana.
Marcas dos EUA divulgadas no boicotaço nas redes sociais:
