Às vésperas da entrada em vigor do tarifaço dos Estados Unidos, marcada para 1º de agosto, o secretário de Comércio norte-americano, Howard Lutnick, indicou que países exportadores de recursos naturais que os EUA não produzem poderão ter isenção de tarifas. A declaração abre uma janela de oportunidade para o Brasil tentar excluir da lista de sobretaxas itens como café, cacau, manga e outras frutas tropicais.
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Em entrevista à emissora CNBC nesta terça-feira (29), Lutnick afirmou que produtos agrícolas que não são cultivados em território americano poderão entrar no país sem tarifa. “Se você cultiva algo que nós não cultivamos, pode entrar com tarifa zero”, disse.
A sinalização interessa diretamente ao agronegócio brasileiro, que é um dos maiores exportadores mundiais de café, cacau, frutas e sucos tropicais. O governo Lula, que tenta abrir diálogo com a Casa Branca, pode usar essa brecha para mitigar os efeitos do tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump para produtos brasileiros.
Apesar das dificuldades de contato direto com o presidente dos EUA, o Itamaraty mantém esperanças de negociação. O chanceler Mauro Vieira está nos EUA e aguarda sinal político para seguir de Nova York a Washington em busca de uma saída diplomática.
Enquanto isso, o Palácio do Planalto trabalha com a possibilidade de concentrar esforços em setores mais sensíveis e estratégicos para os dois países, como alimentos, bebidas e recursos naturais, evitando impacto sobre cadeias produtivas e empregos no Brasil.
O setor exportador estima que cerca de 10 mil empresas brasileiras podem ser afetadas pela medida, que ameaça diretamente 3,2 milhões de empregos. Uma eventual exceção tarifária a produtos agrícolas poderia amenizar esses efeitos.
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1 Comentários
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jaques campos 29/07/2025E pensar que tem um quinta coluna trabalhando contra os interesses da nação.