BRASIL

Mulher morta de desnutrição por pastora era ‘meiga e brilhante'

Por Da redação | Pará
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução
Flávia Cunha Costa tinha 42 anos
Flávia Cunha Costa tinha 42 anos

Flávia Cunha Costa, de 42 anos, foi mantida em condições precárias dentro de uma casa onde vivia com a pastora Marleci Ferreira de Araújo e o marido dela, Ronnyson dos Santos Alcântara, em Belém (PA). Ela morreu por desnutrição grave. Segundo a Polícia Civil do Pará, a vítima era submetida a maus-tratos físicos e psicológicos.

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A pastora e o companheiro foram presos preventivamente na manhã de sexta-feira (4). Conforme a corporação, os agentes receberam, no dia 15 de maio deste ano, uma denúncia sobre as condições em que a vítima vivia com o casal. Conforme a denúncia, ela era obrigada a realizar trabalhos domésticos e apresentava estado visível de desnutrição.

Ainda de acordo com a corporação, no mesmo dia, policiais foram até a casa onde a mulher estava. Porém, ela negou todas as acusações feitas à polícia.

Mesmo com a negação, o casal teve a prisão preventiva decretada. Além disso, mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra os suspeitos, que negaram todas as acusações em depoimento.

Durante a abordagem, os agentes realizaram uma inspeção no cômodo onde Flávia residia. Lá, eles constataram condições precárias de moradia, além de indícios de possível alienação emocional. Familiares da vítima confirmaram, em depoimento, que ela era submetida à violência psicológica.

No dia 19 de junho, a corporação foi informada sobre a morte da vítima, provocada por desnutrição grave, conforme apontado no laudo médico.

Meiga e brilhante.

Flávia tinha formação em secretariado executivo e era considerada uma mulher inteligente, meiga e generosa. Falava três idiomas (português, inglês e espanhol) e chegou a dar aulas dessas línguas.

Ela trabalhava com gerência de projetos científicos e firmou contratos com várias universidades brasileiras. Tinha uma vida ativa, uma mente brilhante e um coração sensível.

Mas essa trajetória foi brutalmente interrompida quando Flávia conheceu a esteticista Marleci Ferreira, que também se apresentava como pastora, terapeuta e sensitiva, mas que, na prática, comandava um “ministério” marcado por manipulação, violência psicológica e cárcere privado.

Sob domínio dessa falsa líder espiritual, Flávia teve sua autonomia destruída, sua saúde negligenciada e sua liberdade arrancada.

As marcas emocionais e físicas foram tantas que seu corpo não resistiu. Ela morreu no último dia 18 de junho, abandonada pela “pastora” e seu marido no pronto-socorro do Guamá após anos de sofrimento, em condições degradantes, privada de dignidade e cuidados básicos.

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