
O mês de julho é dedicado à conscientização e ao combate às hepatites virais. Essas infecções afetam o fígado e representam um grande problema de saúde pública no Brasil.
Muita gente não sabe, mas na maioria dos casos, as hepatites são silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas evidentes. Existem vários tipos de hepatites, sendo as mais comuns a A, B e C. Além delas, há a hepatite D, mais presente na região Norte do país, e a E, que é menos frequente.
No Brasil, a hepatite C é a que registra o maior número de casos e óbitos, sendo responsável por muitas complicações hepáticas, como cirrose e câncer de fígado.
“O grande desafio é detectar essa infecção na fase inicial, porque, em muitos casos, não apresenta sintomas. Quando os sinais aparecem, geralmente, já estão em estágios avançados. Por isso a importância de todas as pessoas com mais de 45 anos realizarem o teste gratuito nos postos de saúde. Em casos de resultado positivo, façam o tratamento disponível, inclusive, na rede pública”, recomenda a doutora Alda Cristina Feitosa, médica e especialista em hematologia e hemoterapia da ONA – Organização Nacional de Acreditação.
O que acontece com o fígado com hepatite?
A hepatite é uma inflamação no fígado que pode ser causada por vírus, uso de certos medicamentos, álcool, outras drogas, ou até por doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas. Essa inflamação pode variar de leve, causando poucos danos, até casos mais graves, como cirrose, insuficiência hepática e, em alguns momentos, câncer de fígado.
Como muitas vezes não apresenta sintomas, a doença pode passar despercebida ou ser confundida com outras condições. Quando os sinais aparecem, podem incluir cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor na região do abdômen, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
Formas de contágio
- A hepatite pode ser transmitida de várias maneiras, como:
- Pelo contato fecal-oral, especialmente em locais com saneamento básico precário;
- Por relação sexual sem preservativos;
- Pelo contato com sangue contaminado, como ao compartilhar seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha, entre outros;
- Da mãe para o bebê durante a gravidez;
- E, em casos muito raros atualmente, por transfusão de sangue
Números por tipo de hepatite: De acordo com o Ministério da Saúde, através de dados notificados pelo SINAN – Sistema de Informação de Agravos de Notificação – 785.571 foram confirmados de hepatites virais no Brasil, no período de 2000 a 2023. Destes, 171.255 (21,8%) são de hepatite A; 289.029 (36,8%) aos de hepatite B; 318.916 (40,6%), tipo C; 4.525 (0,6%) de hepatite D e 1.846 (0,2%) ao tipo E.