SERÁ O APOCALIPSE?

Eleição do novo papa ressuscita teorias sobre profecia milenar

Por | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/La Bête de la Mer (from the Tapisserie de l'Apocalypse in Angers, France)/Wikipedia
Prevost não seria apenas o 267º sucessor de Pedro, mas o último.
Prevost não seria apenas o 267º sucessor de Pedro, mas o último.

O anúncio de Robert Francis Prevost como Papa Leão XIV foi motivo de festa para católicos no mundo todo, e de alvoroço entre os conspiracionistas. Mal a fumaça branca sumiu do céu do Vaticano, e as redes sociais já estavam em chamas com menções ao Apocalipse 13, bestas, dragões, número 666 e até um certo Pedro, o Romano.

Leia mais: Leão 14: O que significa a escolha de nome do novo papa?

Pra quem não lembra, essa história vem de uma profecia atribuída a São Malaquias, um arcebispo do século 12 que teria listado os 112 papas que viriam após sua época. Segundo essa lista misteriosa, o último papa seria “Pedro, o Romano”, aquele que guiaria a Igreja em meio a tribulações antes do juízo final. O trecho termina dramático: “A cidade das sete colinas será destruída, e o juiz terrível julgará seu povo. Fim.”

Claro, há um pequeno problema: o novo papa se chama Leão XIV, nasceu nos Estados Unidos, tem cidadania americana e peruana e nenhum sinal de “Pedro” no RG. Mas, para quem vive no universo das teorias, detalhes como nome e nacionalidade são facilmente contornáveis. Afinal, já tentaram colar o rótulo de Pedro Romano até no Papa Francisco, que era argentino, chamava-se Jorge e tampouco tinha algo de “Romano” no nome, mas isso nunca impediu as suposições criativas.

Juntando os pontos: temos um papa que escolheu o nome de um felino feroz (e é sucedido por outro Leão, justamente o 13º), nasceu na maior potência global, que costuma ser retratada como a vilã número um das distopias bíblicas, e chegou ao trono de Pedro em pleno clima mundial apocalíptico: guerra, mudanças climáticas, redes sociais... escolha seu cavaleiro preferido. A cereja no bolo são os trechos do Apocalipse que falam duma besta com “boca de leão”. Coincidência?

Aproveitando o embalo, também ressurgiram vídeos do falecido escritor Daniel Mastral, que acreditava que a contagem profética dos papas começava em 1929, com o Tratado de Latrão. Isso colocaria o novo pontífice como o “oitavo rei” do Apocalipse 17, responsável por completar a famigerada tríade satânica: a besta, o falso profeta e o anticristo. E adivinha quem seria o “falso profeta”? Pois é.

A Igreja, por sua vez, faz o que sempre faz nesses casos: ignora educadamente. E o novo papa, que tem desafios reais pela frente, como reverter a perda de fiéis, enfrentar crises internas e unir uma Igreja cada vez mais polarizada, provavelmente tem bem mais com o que se preocupar do que com bestas mitológicas ou dragões simbólicos.

Mas se amanhã o céu escurecer, os mares subirem e aparecerem dois profetas vestidos de saco gritando na praça de São Pedro... aí talvez seja o caso de começar a prestar atenção. Até lá, mantemos a rotina, só que agora com Leão XIV no comando.

*Com informações do Lad Bible e Metrópoles

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