MORTO NA PREFEITURA

Secretário-adjunto de Osasco estava desarmado quando foi morto

Por Francisco Lima Neto | da Folhapress
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução
Adilson Custódio Moreira, 53, foi morto na sede da Prefeitura de Osasco
Adilson Custódio Moreira, 53, foi morto na sede da Prefeitura de Osasco

Adilson Custódio Moreira, 53, secretário-adjunto de Segurança Pública de Osasco, estava desarmado no momento em que foi morto pelo guarda-civil municipal Henrique Marival de Sousa, 46, nesta segunda-feira (6), de acordo com registro policial do crime.

A pistola calibre 40 de Adilson foi encontrada na casa dele, no sofá, por um agente da guarda que foi até lá depois que a arma não foi encontrada na prefeitura, local onde foi morto.

Henrique foi preso em flagrante e foi levado ao 5º DP de Osasco. Ele passou por audiência de custódia na manhã desta terça-feira (7) e teve a prisão convertida em preventiva, de acordo com o Tribunal de Justiça.

Veja o que se sabe sobre o crime

Onde o crime ocorreu?

O crime aconteceu em uma sala do Paço Municipal de Osasco, na Grande São Paulo. O guarda Henrique Marival de Sousa tinha acabado de participar de uma reunião coletiva, na qual o secretário-adjunto havia anunciado mudanças nas equipes que participariam da segurança do prefeito e da primeira-dama.

Por que o guarda teria ficado incomodado?

Na reunião, Adilson informou a um grupo de agentes quais seriam os seguranças do prefeito, ou seja, quem continuaria trabalhando na prefeitura neste mandato. Henrique ficou fora da lista e não aceitou.

Qual foi a reação de Henrique?

Uma testemunha afirmou que ele ficou inconformado com a mudança e que não achava justo. A testemunha afirmou que tentou acalmá-lo, mas que ele não aparentava estar exaltado além do normal. A testemunha disse que Henrique era uma pessoa pacata. Henrique fazia serviços burocráticos/administrativos, de acordo com Erivan Gomes, comandante da corporação, com escala de segunda a sexta, das 8h às 17h. Com a alteração, passaria a trabalhar 12 horas e folgar 36, sem os finais de semana garantidos.

Como foi passo a passo do crime?

- Após a reunião, o secretário-adjunto passou a atender individualmente quem quisesse falar com ele. A ordem dos atendimentos foi definida pela hierarquia. Por estar entre os menos graduados da equipe, Henrique ficou entre os últimos. Ele reclamou e pediu explicações para a alteração, se recusando a ter a escala alterada.

- Henrique, ainda segundo o comandante da GCM, teria expectativa de trabalhar dentro da prefeitura por ter sido apoiador do prefeito de Osasco, Gerson Pessoa (Podemos), durante sua campanha.

- A confusão, segundo relato do atirador à polícia, teria começado quando o secretário-adjunto se negou a negociar com ele.

- O secretário-adjunto tentou levantar da mesa e deixar a sala onde estavam. Nesse momento, Henrique efetuou cerca de dez disparos. A maior parte atingiu a cabeça da vítima, de acordo com o IML (Instituto Médico legal). Ele ficou trancado na sala com o corpo da vítima.

- A Polícia Militar foi acionada, e o Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) ficou responsável pela negociação da rendição.

- A negociação para que Henrique se rendesse durou mais de duas horas porque a PM já sabia que o secretário-adjunto estava morto. Por meio de um equipamento que capta o calor, os negociadores constataram que havia apenas uma pessoa viva na sala: o atirador.

- Segundo pessoas próximas ao guarda, que falaram sob anonimato, havia desavenças entre os dois. Adilson teria ciúme pelo fato de o GCM falar diretamente com o prefeito da cidade.

- O delegado José Luiz Nogueira, da comunicação da Delegacia Seccional de Osasco, disse que a motivação da discussão e dos disparos é apurada. Ele afirmou que a investiga um possível histórico de rixa entre eles.

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