O período das festas de final de ano, marcado pela abundância de comida e celebrações, pode ser desafiador para pessoas que lidam com transtornos alimentares, especialmente a compulsão alimentar. A dificuldade de controlar a ingestão de alimentos, agravada pela grande oferta de pratos calóricos e pelo ambiente emocional, é uma das características desse transtorno.
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Especialistas explicam que, ao contrário de um exagero pontual na ceia, episódios de compulsão alimentar envolvem perda de controle e consumo excessivo em um curto período, muitas vezes seguidos por sentimentos de culpa. Quando esses episódios ocorrem pelo menos uma vez por semana, durante três meses consecutivos, já se configura um transtorno que demanda acompanhamento especializado.
Gatilhos emocionais e sociais
As festividades trazem gatilhos como mudanças na rotina alimentar, encontros familiares e até comentários sobre peso e aparência, que podem intensificar os sintomas.
"Comentários acerca do peso, forma corporal e aparência são deselegantes e inadequados para qualquer pessoa, e para aquelas que sofrem de algum transtorno alimentar, são extremamente nocivos, gerando uma gama de sentimentos como angústia, tristeza, medo e mal estar. Esses sentimentos fazem com que a pessoa que tem um transtorno alimentar experimente com mais intensidade os sintomas do seu transtorno", destacou a psiquiatra Roberta Catanzaro, da instituição Francisca Júlia - Saúde e bem-estar, de São José dos Campos.
Estratégias de prevenção
Para evitar episódios de compulsão alimentar, é recomendado manter horários regulares para as refeições, evitar longos períodos de jejum e restringir a alimentação. Procurar apoio emocional em pessoas de confiança e afastar-se de conversas que envolvam dietas e corpo também são ações úteis.
Lidando com o pós-compulsão
Após um episódio de compulsão, é importante evitar o ciclo de culpa e buscar ajuda profissional. O tratamento, realizado por uma equipe multidisciplinar composta por psiquiatra, psicólogo e nutricionista, é essencial para controlar o transtorno, disse Catanzaro.
Com planejamento, suporte emocional e tratamento adequado, é possível enfrentar os desafios das festas de fim de ano e evitar que elas se tornem um agravante para transtornos alimentares.