Emily Rafaela, de 24 anos, sempre sonhou seguir a mesma estrada de seu pai, caminhoneiro há anos. Desde jovem, ela via de perto as aventuras e os desafios da vida sobre rodas. Aos 22, começou a aprender a dirigir caminhões com ele, que a levava em suas viagens para passar adiante seu conhecimento e a paixão pela estrada. “Meu pai sempre foi caminhoneiro e eu sempre gostei. Comecei com 23 anos e aprendi com ele. Ele me levava nas viagens e fui aprendendo”, relembrou.
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Ela tem usado as redes sociais para responder às curiosidades dos usuários e mostrar como é seu trabalho, inclusive quando tem "perrengues" como o de um pneu estourado. No Instagram, ela tem 500 mil seguidores.
Vaidosa e de espírito aventureiro, Emily concedeu entrevista ao portal SAMPI sobre sua rotina, desafios e sonhos. Leia a seguir.
Emily e o pai
Hoje, Emily trabalha junto ao pai, dirigindo um rodotrem caçamba do cunhado. Suas rotas incluem diversas cidades do estado de São Paulo. Apesar de algumas limitações e dificuldades, ela faz seu trabalho com dedicação e amor à profissão. “Trabalhamos para o meu cunhado, mas o caminhão é nosso companheiro de cada dia”, diz.
Na estrada, Emily enfrenta desafios únicos. Segundo ela, os piores são a falta de apoio aos caminhoneiros e a carência de infraestrutura adequada, especialmente no que diz respeito aos banheiros, muitas vezes sujos e sem condições de uso. “Banheiros sujos, lugares sem apoio ao motorista, estradas ruins… são desafios diários”, comenta, reforçando o desejo de ver melhorias para a categoria.
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Mesmo que a jornada muitas vezes traga algum preconceito por parte de outros motoristas, Emily lida com a situação com uma mentalidade firme. “Sim, mas não ligo, faço meu trabalho sem me importar com o que os outros pensam e falam”, afirma. Para ela, o essencial é dirigir com segurança, sempre respeitando a sinalização e mantendo uma distância prudente entre veículos. E para diminuir a saudade da família, o WhatsApp é um aliado. “Temos um grupo no WhatsApp e estamos sempre conversando, até mesmo por vídeo”, conta.
Durante sua trajetória, alguns momentos foram marcantes, como a viagem em que levou doações ao Rio Grande do Sul, trabalhando para uma antiga empresa. Essas experiências e a rede de amizades que construiu na estrada a motivam a continuar, fortalecendo seu desejo de ter um dia seu próprio caminhão. “Tenho muitos sonhos, e um deles é esse”, diz com esperança.
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