Temido até pelos criminosos mais perigosos nos presídios por onde passa, Lúcifer, atualmente detido em São Paulo, já matou 50 membros do PCC (Primeiro Comando da Capital), decapitando e arrancando suas vísceras no "procedimento".
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A pessoa por trás do "mito" é Marcos Paulo da Silva, de 47 anos, diagnosticado com psicose e transtorno de personalidade antissocial. Marcam sua história os crimes brutais que cometeu e sua ruptura com o PCC, do qual foi membro de 1995, quando foi preso pela primeira vez, a 2013. Ele alegou que a organização deixou de lado a proteção aos presos e seus familiares e passou a focar apenas no lucro.
A partir da cisão, Lúcifer fundou uma facção ainda mais temida: a Irmandade de Resgate do Bonde Cerol Fininho, cujo nome faz referência à mistura de cacos de vidro e de cola aplicada nas linhas dos papagaios de papel para rasgar o brinquedo do outro.
Extermínio do PCC
Ele não só rompeu com o "partido" como passou a vê-lo como inimigo a ser exterminado - o que seria uma conquista do Cerol Fininho.
Segundo apuração do Diário de Notícias, em 2015, na Penitenciária 1 de Presidente Venceslau (SP), carcereiros encontraram dois corpos mutilados, com abdômen aberto, vísceras arrancadas e cabeças decepadas. Esses crimes eram cometidos num ritual: após a execução, o assassino escrevia “Cerol Fininho” nas celas com o sangue das vítimas.
Entre seus crimes mais notórios está o massacre de cinco detentos na Penitenciária de Serra Azul, em 2011. Enquanto executava os colegas, bradava que queria matar ainda mais. Em outra demonstração de psicopatia, ele e outros membros usaram estilete artesanal para decapitar agentes carcerários feitos reféns.
Segundo dados de 2020, obtidos pelo Diário de Notícias, a Cerol Fininho tem cerca de mil membros, que são transferidos de prisão em prisão a cada crime macabro, numa tentativa vã do estado de controlar a violência do líder e seus seguidores.
Lúcifer tem penas acumuladas de 217 anos e três meses de prisão, e é figura central no terror que permeia as prisões paulistas, espalhando pânico entre funcionários e detentos.