NO RIO

Mulher é suspeita de matar namorado com brigadeirão 'batizado'

Segundo as investigações, Julia Pimenta tinha intenção de roubar bens do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, com quem mantinha uma relação, para quitar dívida com uma cigana

Por Yuri Eiras | 31/05/2024 | Tempo de leitura: 3 min
da Folhapress

Divulgação

Julia Andrade Cathermol Pimenta está sendo procurada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro
Julia Andrade Cathermol Pimenta está sendo procurada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro

A Polícia Civil do Rio de Janeiro procura uma mulher suspeita de ter matado o namorado com medicamentos misturados a um brigadeirão. Segundo as investigações, Julia Andrade Cathermol Pimenta, 29, tinha a intenção de roubar os bens do empresário do ramo da construção civil Luiz Marcelo Antônio Ormond, 45, com quem mantinha uma relação, para quitar uma dívida de R$ 600 mil com uma cigana.

Ormond foi encontrado morto no dia 20 de maio em seu apartamento no Engenho Novo, zona norte do Rio de Janeiro. O corpo estava em estado avançado de decomposição. Um laudo aponta que ele morreu de três a seis dias antes ser encontrado.

Dentro do apartamento a polícia achou dois ventiladores ligados na direção do corpo, para atenuar o cheiro. Ainda assim, o forte odor alertou vizinhos, que procuraram a polícia. Um urubu chegou a aparecer na janela, segundo relatos dos moradores.

Suyany Breschak, 27, que faz parte de uma família de ciganos, foi presa na terça-feira (28) pela 25ª DP (Engenho Novo) por suspeita de participação no crime. A polícia diz suspeitar que Suyany sabia do plano de Julia e de detalhes do relacionamento.

Em depoimento, a cigana disse que Julia trabalhava como garota de programa e Ormond sabia. No dia 24 de abril, o empresário fez uma publicação no Facebook na qual afirma ter se casado em 2024.

Nesta quinta-feira (30) uma audiência de custódia manteve a prisão de Suyany no instituto penal Oscar Stevenson, em Benfica. Procurada pela reportagem, a defesa da suspeita, representada pelo advogado Clhysthom Thayllon, afirmou que ela "não teve participação nenhuma no crime".

Familiares alegam que o trabalho de Suyany como cigana é alvo de preconceito e que isso causa influência na investigação. Marcos Buss, titular da delegacia que investiga o crime, afirma que "tudo aponta para motivação financeira". Julia devia dinheiro à cigana por uma série de trabalhos espirituais realizados.

"Parece que ela queria se apossar financeiramente dos bens do Luiz. Ela levou carro, computador, telefone e armas. Estamos verificando também se houve transferências bancárias. Já conseguimos recuperar o carro, o telefone e duas pistolas."

O carro que pertencia a Ormond foi encontrado com um homem em Cabo Frio, município da Região dos Lagos a cerca de 220 km da capital fluminense. Ele é apontado como ex-namorado de Suyany e chegou a ser preso com a cigana por suspeita de receptação, mas a polícia ainda não sabe se ele tem envolvimento com o homicídio.

Imagens de câmeras de segurança obtidas pela polícia mostram que Julia passou mais de três dias no apartamento convivendo com o corpo.

À polícia Suyany disse que Julia foi a uma farmácia nas proximidades do apartamento, comprou remédios de uso controlado com morfina e misturou cerca de 50 comprimidos em um brigadeirão, consumido por Ormond. A polícia espera uma análise laboratorial para confirmar a versão. Vídeos mostram Ormond "grogue", segundo o delegado, após a ingestão do doce.

"Suyany era uma espécie de mentora espiritual da Julia há muito tempo. Se conheciam de longa data", afirma o delegado. "Tudo indica que a Julia estava sob forte influência e que Suyany soube de tudo e sabia dos passos da Julia."

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