TRAGÉDIA NO SUL

Número de desalojados dobra e chega a 327 mil pessoas no RS

O número de desalojados por causa das tempestades no Rio Grande do Sul dobrou nesta quinta-feira (9), de acordo com a Defesa Civil.

09/05/2024 | Tempo de leitura: 3 min
da Folhapress

Jurgen Mayrhofer

Número de desalojados segue aumentando
Número de desalojados segue aumentando

O número de desalojados por causa das tempestades no Rio Grande do Sul dobrou nesta quinta-feira (9), de acordo com a Defesa Civil. Boletim divulgado pela manhã mostrava que havia 164.583 pessoas que tiveram de deixar suas residências por causa da inundação e foram para a casa de parentes, por exemplo. No início da noite, a quantidade saltou para 327.105 vítimas nessa situação.

O estado chegou nesta quinta à marca de 107 pessoas mortas em decorrência das chuvas. A quantidade de óbitos foi informada pela Defesa Civil estadual pela manhã e confirmada às 18h.

O número de mortos pode aumentar nos próximos dias, pois há um total de 134 desaparecidos e há um óbito em investigação.

A quantidade de feridos também dobrou na comparação entre os dois boletins. Pela manhã havia 374 pessoas. No início da noite eram 754.

Outras 68.519 pessoas da chuva estão em abrigos montados para socorrer as vítimas que não têm para onde ir.

Há ao menos 379 mil pontos sem energia e 452 mil sem água no Rio Grande do Sul em decorrências das fortes chuvas que atingiram a região ao longo da última semana.

As aulas foram suspensas nas 2.338 escolas da rede estadual e mais de 327 mil alunos foram impactados. Até esta quarta (9), eram 954 escolas afetadas, 426 danificadas e 75 servindo de abrigo.

A tragédia tem sido comparada ao furacão Katrina, que em 2005 destruiu a região metropolitana de Nova Orleans, na Lousiana (EUA), atingiu outros quatro estados norte-americanos e causou mais de mil mortes.

Profissionais de saúde apontam semelhanças entre as duas tragédias, como falta de prevenção de desastres naturais e inexistência de uma coordenação centralizada de decisões. Colapso nos hospitais, dificuldade de equipes de saúde chegarem aos locais de trabalho e desabastecimento de medicamentos e outros insumos são outras semelhanças apontadas.

Situação 

  • 107 mortes
  • 134 desaparecidos
  • 754 feridos
  • 68.519 desabrigados (quem teve a casa destruída e precisa de abrigo do poder público)
  • 327.105 desalojados (quem teve que deixar sua casa, temporária ou definitivamente, e não precisa necessariamente de um abrigo público ?pode ter ido para casa de parentes, por exemplo)
  • 1.742.969 pessoas afetadas no estado

O nível da água do lago Guaíba, que inundou a capital Porto Alegre, caiu 10 centímetros nas 24 horas entre a manhã de quarta (8) e de quinta-feira (9). Às 6h desta quinta, segundo informações da ANA (Agência Nacional de Águas), a altura estava em 5,04 metros.

Esse é o menor nível desde o último sábado (4) mas, ao mesmo tempo, segue acima do limite. Ruas e avenidas da capital gaúcha continuam alagadas na manhã desta quinta.

Ao mesmo tempo, o governo gaúcho alertou na segunda-feira para o risco de enchentes nos municípios localizados às margens da Lagoa dos Patos. A água que bloqueia ruas da região metropolitana desce pela lagoa em direção ao mar, o que pode acontecer rapidamente ou de forma mais lenta, dependendo da direção do vento.

A volta da chuva e de ventos fortes à região de Porto Alegre nesta quarta-feira (8) fez a prefeitura paralisar o resgate das vítimas das enchentes históricas. A previsão, segundo o Inmet, é que a temperatura caia no Rio Grande do Sul nesta semana.

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.