O garoto João Miguel Pereira de Almeida, 7 anos, que tinha histórico de problemas cardíacos, morreu vítima de infarto na manhã de quinta-feira, 14, em Artur Nogueira, região de Campinas. Ele havia acabado de chegar na escola quando passou mal. A equipe escolar prestou socorro imediato ao estudante, acionando o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e realizando os procedimentos indicados, mas João Miguel não resistiu.
A morte do menino de 7 anos levanta uma dúvida: criança pode ter infarto? Apesar de raro, a reposta é sim. Crianças e adolescentes também podem sofrer com doenças que afetam o bom funcionamento do coração.
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Em geral, de acordo com cardiologistas, as principais causas do infarto na infância estão ligadas a problemas genéticos, hereditários ou congênitos. Por isso, é importante que os pais fiquem atentos e investiguem se algum tipo de doença do coração já se manifestou em outras pessoas da família. Também vale incluir exames cardiológicos nos procedimentos de rotina, independente da idade.
Coração
A bomba que todo ser humano precisa é o coração. Ele bate, em média, 100 mil vezes por dia, ou quase 3 bilhões de batimentos em toda a vida de uma pessoa, segundo informações do Ministério da Saúde. Mas e quando ele não funciona normalmente? E se o problema for na criança?
Com o avanço da medicina, atualmente é possível identificar já no útero se o bebê poderá ter alguma alteração no coração, a chamada cardiopatia congênita - alguma má-formação na estrutura e função do coração do feto. Essa anomalia pode ser diagnosticada em torno da 28ª semana de idade gestacional, por meio de um exame de ultrassonografia conhecido como ecocardiograma fetal.
Se é uma cardiopatia adquirida na infância, frequentemente, há comportamentos de alerta. Tais como:
- cansaço excessivo em momentos de lazer
- baixo ganho de peso
- desmaios
- palidez ou cianose (pele arroxeada)
- dor no peito.
Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que nasçam todo ano no Brasil aproximadamente 30 mil crianças com cardiopatia congênita, tendo em vista a taxa de incidência estimada em 1 caso a cada 100 nascidos vivos.
E os cardiologistas alertam: episódios de dor no peito devem ser investigados. Além disso, é preciso manter os cuidados com alimentação saudável, prática de atividade física e controle do peso e da pressão arterial da criamça e do adolescente.
Dicas para proteger a criança
- Pesquise o histórico familiar para doenças cardíacas. Se houver casos de parentes que tenham morrido precocemente por conta de um problema no coração, os pais devem prestar ainda mais atenção na saúde da criança
- É preciso atenção em situações como desmaios, falta de ar e cansaço desproporcional durante a realização de uma atividade física pela criança. Mesmo que estes eventos tenham acontecido apenas uma vez, se for em excesso, vale investigar
- Apresente todo o histórico do seu filho e os sintomas ao pediatra. Ele é o mais indicado para fazer uma primeira avaliação e indicar um cardiopediatra, caso seja necessário
- Fique atento aos sintomas de enfartes, pois mesmo que seja raro em crianças, eles podem acontecer
- Não subestime uma dor que a criança sinta. Leve-a ao médico para investigar
- É na infância que começamos hábitos que serão levados por toda a vida. Ofereça a seu filho um estilo de vida mais saudável, pois isso diminuirá o risco de enfarte na vida adulta