AUDIÊNCIA

Delegacia de Defesa da Mulher de Taubaté abriu 1.243 inquéritos apenas em 2022

No ano passado, DDM ainda solicitou 591 medidas protetivas; dados foram apresentados durante audiência pública na Câmara

Por Sessão Extra | 30/03/2023 | Tempo de leitura: 2 min
Taubaté

Julia Mathias/CMT

Dados foram apresentados durante audiência pública na Câmara
Dados foram apresentados durante audiência pública na Câmara

Mulheres
A Delegacia de Defesa da Mulher de Taubaté instaurou 1.243 inquéritos e solicitou 591 medidas protetivas em 2022. Nesse ano, 354 inquéritos foram instaurados até março, além de 154 medidas protetivas expedidas. “É um volume gigantesco, mas quando falamos em violência doméstica, o padrão é a subnotificação. Então, esse número não reflete a realidade”, disse a delegada Elisângela Estéfano.

Audiência
Os dados foram apresentados nessa semana na Câmara, durante uma audiência pública solicitada pela vereadora Elisa Representa Taubaté (Cidadania) para debater o fortalecimento das redes de apoio, proteção e acolhimento de mulheres. No evento, a parlamentar cobrou que a Prefeitura envie ao Legislativo o projeto que cria o Conselho Municipal de Políticas Públicas para Mulheres.

Observatório
O delegado Daniel Estéfano, que é coordenador do Observatório da Violência, projeto de extensão da Unitau (Universidade de Taubaté), defendeu a necessidade de “discutir sempre” a questão da violência doméstica e familiar contra a mulher. “É por essa violência por vezes não anunciada, travestida de outros adjetivos, que precisamos relembrá-la. Março deve nos inspirar a dar continuidade à discussão ao longo do ano”.

Guardiã Maria da Penha
A comandante da GCM (Guarda Civil Municipal), Susan Furtado, falou sobre o projeto Guardiã Maria da Penha, implementado em 2019 para acompanhamento de mulheres vítimas de violência, que já assistiu 430 mulheres. “Acompanhamos o desenvolvimento da medida protetiva. Foi desenvolvido um aplicativo que fica no celular da vítima, com botão de pânico. Foram cerca de 30 atendimentos, sendo três flagrantes apresentados na delegacia que resultaram na prisão do agressor”.

Atendimento
A secretária-adjunta de Inclusão Social, Paula Ramos, afirmou que o Cras (Centro de Referência de Assistência Social) é um espaço fundamental de empoderamento das mulheres, com oferta de atendimento e oficinas. “Trabalhamos na perspectiva de fortalecer a mulher e a família para não chegarmos à violação de direitos”. Citou também o Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) como local para acompanhamento técnico desenvolvido por uma equipe multiprofissional para mulheres vítimas de violência. Destacou, ainda, a Casa Abrigo para Mulheres Vítimas de Violência, inaugurada em 2017.

Tratamento
Vice-presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Taubaté, Maria Teresa Leite considerou que é necessário evitar a violência por meio da educação e ponderou que é preciso tratar também o agressor. “A gente consegue salvar uma mulher de uma violência, mas não consegue modificar o agressor, porque ele não é tratado, e ele precisa ser cuidado. Precisa desenvolver uma política pública olhando para esse homem, para que consiga curar aquilo que se repete”.

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