JUBILEU DE OURO

Academia Feminina de Letras chega aos 50 anos esbanjando energia

Por Rafaela Silva Ferreira | Jornal de Jundiaí
| Tempo de leitura: 3 min
Arquivo pessoal
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A Academia Feminina de Letras e Artes de Jundiaí nasceu em 8 de abril de 1972, graças à determinação de três jundiaienses e hoje celebra seus 50 anos. Luíza Silva Rocha Rafael, Josefina Rodrigues da Silva e Antonieta da Silva Barros foram as responsáveis por tornar o sonho realidade.

No passado, não havia academias literárias femininas. Em 1970, Josefina ficou sabendo que, em Goiânia, um grupo de mulheres, lideradas por Rosarita Fleury, se dedicava a fundar uma academia feminina de artes e letras. Ela cogitou então, fundar uma semelhante em Jundiaí. Foi quando contatou a presidente Rosarita.

Teve início, então, um movimento entre as mulheres que participavam, de alguma forma, do mundo literário e artístico de Jundiaí. Primeiro, se juntou ao projeto a pintora e poetisa Luísa da Silva Rocha Rafael e, em seguida, a cantora de concertos Antonieta da Cunha Barros. O Conservatório Musical de Jundiaí foi o berço da academia.

A ideia principal da Academia Feminina de Letras e Artes de Jundiaí era concentrar-se em literatura e arte. Atualmente, a presidente Lúcia Andrade acredita que a Academia é como um pote de arco-íris em que toda a sociedade pode encontrar o verdadeiro ouro das reservas intelectuais. "Nossa academia é extremamente relevante para Jundiaí, pois produzimos e fomentamos a cultura na terra de Petronilha. Escritoras, artistas plásticas e musicistas fazem parte do time. São 40 cadeiras que compõem a AFLAJ."

A vice-presidente, Julia Heimann está há 39 anos na Academia. Ela conviveu com as fundadoras e tem muitas histórias que guarda no coração. Como contadora de histórias e poetisa, Heimann relembra a época que ingressou. "Quando cheguei do Rio de Janeiro fiquei entusiasmada com a ideia que estava se formando. Era um conceito focado nas mulheres, que até hoje me deixa embevecida. Foi no ano de 1983 que comecei a fazer parte."

A musicista Suely de Queiroz recebeu inúmeros convites para ingressar na academia por parte da cantora Shirley Espíndola. Queiroz possuía um grupo musical para cerimônias de casamentos e Espíndola era uma das suas cantoras. Em 2012, ela ingressou no grupo. "Entro e, se não puder atuar como se deve, vou preferir sair", relembra o que disse à época. Porém, o ambiente de cultura, gentileza e amizade acabou encantando a musicista. "Eu vivia só em função da música. De repente, comecei a ter contato com escritoras, poetisas e pintoras. Hoje, dez anos se passaram", recorda-se.

Fotografia e pintura

Natural de Santa Catarina, Cristina Hautz, repórter fotográfica e jornalista que trabalhou no ramo por 35 anos, sendo 20 anos dedicados ao Jornal de Jundiaí, decidiu se aposentar em 2016. No entanto, a vida tranquila deixou Cristina inquieta. Foi quando, para ocupar o tempo, voltou a pintar. Formada também em Desenho de Comunicação e Arte, ela começou a divulgar o trabalho nas redes sociais e isso acarretou em um convite para uma exposição no Teatro Polytheama. O tema era o Dia Internacional das Mulheres e a composição de tela que Cristina criou homenageava algumas mulheres de Jundiaí.

Depois de um processo seletivo e uma diligência criteriosa, ela assumiu a cadeira 38, como artista plástica.

"Foi uma honra para mim assumir essa cadeira. Trabalho com mulheres renomadas, com nomes em Paris, Nova York. Estou felicíssima!"

Cristina é considerada membro novo na Academia. "Assumi a cadeira no começo do ano de 2022 e estar imbuída em cultura me deixa satisfeita demais. Fotografia, arte e poesias são coisas que sempre apreciei na vida. É gratificante ver meu mundo preenchido por uma sequência."

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