
O hip-hop explodiu no final dos anos 1970 e início dos anos 1980, mas segue muito vivo até hoje. Apesar de ser um estilo musical, o hip-hop também influencia o modo de vestir, já que as roupas dizem muito sobre a cultura e a personalidade.
Em uma loja de roupas e sapatos com o estilo streetwear, o sócio-proprietário Dennis Basso Batista conta que seu principal público são pessoas ligadas às culturas urbanas, como o hip-hop, lowrider e basquete. "Estamos sempre trazendo novidades e peças que atraem novos clientes, mas sem deixar a tradição de lado", conta.
Para ele, as pessoas utilizam as roupas e o estilo para se expressar. "Esse é um dos motivos que as pessoas procuram a loja quando vão comprar roupas, pois buscam por peças que passem identificação e não apenas um logo vazio", conta Batista.
A origem do hip-hop fez com que os jovens e amantes do estilo optassem por utilizar roupas esportivas e de rua, adotando o streetwear, um estilo casual que ganhou o mundo a partir da década de 1990, inspirado na moda hip-hop de Nova York.
Muito além de roupas das ruas, a tendência está ligada ao comportamento e estilo de vida das pessoas. "O streetwear representa o que o próprio nome já diz, uma moda para você usar nas ruas, no dia a dia, e que agora está tomando uma proporção maior, principalmente com as marcas de grifes também produzindo", diz o sócio-proprietário.
Arte no cabelo
Usar as referências do hip-hop no corte de cabelo também garante uma dose de atitude, que faz diferença no visual. Instalada no Centro, uma barbearia temática urbana faz sucesso entre os jovens jundiaienses. A barbearia traz criativos cortes freestyle, desenhos no cabelo e cortes em degradê, também conhecidos pelo termo americano Fade ou corte disfarçado.
O barbeiro Samuel Natan Soares conta que a demanda na barbearia é alta, atendendo cerca de 40 pessoas entre os dias que antecedem o fim de semana. "Atendemos o público em geral, com destaque para os homens. Nosso foco é trazer cortes diferentes e inovadores. Isso atrai bastante o público que está buscando por um estilo novo", conta.
Segundo ele, a barbearia existe há 25 anos e tem bastante clientes fiéis, pois transmite um sentimento de pertencimento aos que seguem a cultura. "Os jovens sempre procuram por algo diferente e, a cultura do rap, trap e hip-hop sempre esteve presente, principalmente entre os jovens da periferia. É uma cultura que sempre existiu e vem conquistando cada vez mais adeptos com o tempo", diz o barbeiro.
Para o proprietário da barbearia, Emerson Godoy, os cortes mais procurados são os degradês navalhados, Mid Fade e os desenhos. "Nós atendemos um público bem diversificado, com destaque para a periferia e classe média, que nos procuram pelo nosso diferencial, que é inovar e trazer cortes diferentes", afirma.
Com a barbearia, Emerson tenta preservar a cultura e o estilo do hip-hop. "Para mim, o hip-hop é um estilo de vida, é o estilo musical mais popular e comercialmente bem-sucedido do mundo. A história do gênero é de superação e resistência, ligado diretamente à afirmação da identidade da juventude negra nas periferias dos EUA e de outras grandes cidades do mundo", relata o proprietário.
(Giovanna Vianna)