LANCHES E PORÇÕES

Comidas viram identidade de bares e restaurantes de Jundiaí


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Para os amantes da famosa "comida de boteco", Jundiaí é um prato cheio. As tradicionais porções e lanches - hoje não só servidas em botecos, mas em bares e restaurantes - atraem os clientes, fidelizando quem experimenta pela primeira vez.

Com preparos únicos e ingredientes selecionados, os donos dos estabelecimentos revelam segredos que fazem os pratos serem tão pedidos.

Bolinho de feijoada

Entre inúmeros sabores de bolinhos, 'feijoada' é um que não passa pela cabeça de quem nunca comeu.

Adilson Felipe - ou Camarão, como é conhecido - foi um dos primeiros de Jundiaí a começar a preparar a iguaria. "O bolinho não foi criação minha, já existia. Eu ouvi falar do bolinho de feijoada há muitos anos em uma reportagem do Rio de Janeiro. Ela pegava o feijão preto, um pouco de linguiça, pé de porco e fazia o bolinho. Gostei da ideia e comecei a fazer do meu jeito", conta.

O preparo consiste em fazer a feijoada normalmente, com todas as carnes que garantem o sabor do prato. O cozimento é feito por partes. As carnes que tem osso são desossadas e desfiadas e voltam para a panela com o feijão. Depois, o preparo é batido no liquidificador grosseiramente para eliminar qualquer pedaço grande de carne. Após esse processo, o segredo é engrossar a massa com farinha de mandioca, formando uma massa possível de manusear e formar um bolinho. Camarão ainda recheia com um punhado de couve e bacon, para que a experiência seja completa. Com o bolinho pronto, é só empanar em uma farinha própria para isso e fritar em óleo bem quente.

O bolinho custa R$ 15 e pode ser considerado um dos carros-chefe do bar. "Sai bastante. É um prato diferente, que não tem em qualquer lugar. Ele já foi o carro-chefe, mas hoje muita gente conhece. O segredo do meu bolinho é que possui oito ingredientes e isso acaba dando mais sabor", revela.

Lanche de mortadela

Se você acha que precisa ir até São Paulo para comer o lanche de mortadela, está enganado. O Mercadão da Cidade, na Ferroviários, tem um restaurante que, desde 2016, oferece essa iguaria.

Lucas Daniel Picchi Vianna, proprietário do Maxi Mix afirma que o lanche é inspiração do tradicional de São Paulo, mas com algumas alterações. "O tipo de mortadela que usamos é diferente. Optamos por uma mais leve. Além disso, em São Paulo eles fazem na chapa. Aqui servimos tanto quente quanto frio, o que acaba fazendo com que o lanche não fique tão gorduroso, pois conseguimos acrescentar tomate, alface e manjericão. Temos dois tamanhos também e a pessoa pode escolher qual prefere", explica.

O lanche com 100g de mortadela sai por R$ 17 e com 250g por R$ 25 - e esse pode facilmente ser dividido. No preparo, pão francês, mortadela, alface, tomate, manjericão e maionese.

O lanche não é o carro-chefe, mas sai bastante. "Lanche é dia. Geralmente uma pessoa pega e as outras veem e pedem também. Mas muita gente vem por conta dele, pois sabe que vendemos aqui. Ele tem a sua fama", afirma.

Torresmo

O torresmo é uma porção famosa na Vila Rio Branco desde 1994 quando o Joca começou a preparar a iguaria em seu bar/restaurante.

Atualmente, o filho Douglas Fernando Garcia está à frente do estabelecimento. "Quando meu pai saiu da empresa, começou a pensar o que podia fazer. Montou um barzinho aqui na Vila mesmo e foi testando. Pegava receitas com conhecidos, amigos e parentes até que um dia ele conseguiu acertar sozinho. Desde então, nunca mudamos a receita dele e vende muito bem até hoje. A única coisa que mudou foi o preço dos itens. A gente pagava R$ 3 o quilo, hoje eu pago R$ 17", revela.

O torresmo é servido tanto acompanhando os pratos da casa quanto em porções. "A menor sai por R$ 12. A maior sai por R$ 80, mas é um quilo de torresmo. Aqui, nós fechamos às 14 horas o restaurante e abrimos às 16 horas o boteco, então esse horário o pessoal vem para comer uma porçãozinha com cerveja depois do trabalho", conta.

Douglas garante que em Jundiaí ninguém vende um torresmo como o do bar. O segredo do bom torresmo é o ponto. Um fogão de alta potência e óleo bem quente. "A temperatura do fogo é o segredo", afirma.

(Mariana Checoni)

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