MERCADO DE TRABALHO

Setor de tecnologia cresce, mas sofre com falta de mão de obra

Por Redação |
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Reprodução/Internet
Apesar do cenário otimista, empresas do setor ainda enfrentam um problema antigo: a escassez de profissionais qualificados
Apesar do cenário otimista, empresas do setor ainda enfrentam um problema antigo: a escassez de profissionais qualificados

O setor de tecnologia deve abrir até 147 mil novas vagas formais em 2025, segundo projeção da Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais). A remuneração média também está em alta: entre 2023 e 2025, os salários no segmento cresceram 15%, superando a média nacional de 12%. Apesar do cenário otimista, empresas do setor ainda enfrentam um problema antigo: a escassez de profissionais qualificados.

Em Jundiaí, a situação não é diferente. Segundo Vlamir Ienne, presidente da Associação de Tecnologia e Inovação de Jundiaí (ATIJ), o principal desafio está em encontrar mão de obra pronta para atuar nas empresas. “Mesmo com várias instituições formando alunos, os recém-formados não saem com o nível ideal. As empresas precisam investir na formação desses profissionais dentro de casa, e nem todas estão dispostas a fazer isso”, explica.

Na Etec Vasco Antônio Venchiarutti, a procura pelos cursos da área reflete o interesse crescente dos jovens e profissionais em transição de carreira. “O curso técnico em Desenvolvimento de Sistemas teve a maior demanda nas inscrições encerradas recentemente”, afirma Cristiano Oliveira, diretor da unidade. “Além de iniciantes na área, temos muitos alunos que já atuam em outros setores e buscam atualização.”

O atrativo principal é um conjunto de fatores: mercado aquecido, estabilidade financeira, possibilidade de trabalho remoto e chances de crescimento profissional no Brasil e no exterior. No entanto, quem está ingressando agora percebe que não basta só o diploma.

“Não está ruim, mas é um mercado muito concorrido”, relata Felipe Silamã, que está se formando em TI. “As empresas exigem experiência ou conhecimento avançado, o que dificulta para quem está começando. A gente sai da faculdade com o básico, mas o mercado quer muito mais e nem sempre dá para buscar esse complemento enquanto se tenta trabalhar e se sustentar.”

A saída, segundo Vlamir, tem sido formar os próprios talentos. Em sua empresa, estagiários são contratados ainda na faculdade e passam por treinamentos internos antes de integrar as equipes. “Essa é a forma que encontramos para manter a qualidade dos nossos serviços. Mas o ideal seria termos mais profissionais preparados desde a formação”, diz.

Enquanto o número de vagas cresce, o desequilíbrio entre oferta e qualificação de mão de obra continua sendo um obstáculo para o pleno desenvolvimento do setor de tecnologia tanto em Jundiaí quanto no restante do país.

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