
O tradicional vinho artesanal de Jundiaí, que há alguns anos deixou de ser tão artesanal assim, tem conquistado os mais diferentes paladares pela qualidade do produto apresentado, alguns, inclusive, competindo com bebidas historicamente tradicionais e até ganhando prêmios.
Para além das medalhas e holofotes, a atração fica por conta de investimentos em sabores, frutas e tecnologia implantados, deixando o produto mais fino. Vinhos, licores e espumantes fazem a diferença nas adegas. O resultado é o preparo anual de aproximadamente 700 mil litros de vinho, segundo dados de pesquisa da safra 2023/2024 e pelo menos 1,5 milhão de turistas visitando Jundiaí para saborear nosso vinho.
Segundo o presidente da Associação entre Serras e Vinhos de Jundiaí e proprietário da Casa Martins, Amarildo Martins, os produtores têm apostado na variedade de uvas, licores e sucos, oferecendo ao consumidor final uma bebida de qualidade. “As rotas (do vinho e da uva) nos ajudam muito porque o turista procura por qualidade e preço justo, mas sabemos que o ambiente acolhedor, em especial quando se tem um espaço que agrega adega, produção e comida boa.”
Pelo terceiro ano consecutivo, a Casa Martins ganha medalha no Concurso Nacional de Vinhos com bebida produzida com a uva Niágara Rosada e o Espumante Rosé. “Levar o vinho de Jundiaí para outros lugares é uma vitrine para os produtores. Não é só uma bebida, é um negócio.”
Em 2024 a Casa Martins já foi premiada com os rótulos Niágara 1933 e Espumante Niagara (Prata), Bordô suave (Ouro) e Jeropiga (Grande Ouro).
A mistura de suco da uva Niágara, cachaça e especiarias fizeram com que a jurupinga (ou a jeropiga) conquistasse o paladar dos apreciadores do vinho artesanal. Mistura, o odor e o tempo de maturação fizeram a diferença para o prêmio da especiaria. “Poder competir com os grandes produtores é sempre uma satisfação”, diz Amarildo.
Da garrafa para o fogo
E foi de olho na expansão dos negócios, no turista e, claro, nos prêmios, que a Vinícola Castanho, também da Rota do Vinho, investiu em tecnologia e experimentos. Este ano o destaque é o vinho quente engarrafado. Isto mesmo. Abriu, aqueceu, tomou. “Para esta época de festas, nada melhor do que saborear um vinho quente já pronto. Cada ano procuramos experimentar novas técnicas, tanto de fermentação como de envase, justamente para oferecer um produto de qualidade”, diz o proprietário João Aguinaldo Leme da Silva.
São pelo menos 20 rótulos disponibilizados como opção para quem não abre mão de um bom vinho. Rosé suave, espumantes, tinto, seco ou até cachaças. São pelo menos 80 mil litros de vinho por ano. Com tanques em inox e de carvalho, a apuração de cada bebida é que faz toda a diferença. “As pessoas têm um paladar diferenciado e por isso temos que investir em novos sabores com as uvas que temos e que também nos dão orgulho.”
Os destaques da Castanho são o ‘Espumante Castelo de Águas Niagara Doce’ e o ‘Rosé Suave’ (Prata), o Espumante Serra dos Cristais Moscatel (Ouro), Poesia de Inverno Grand Reserva Syrah 2019 (Gran Ouro e Gold), e CAVE Chardonnay 2020 e CAVE Gran Corte 2019 (Grand Gold).
Segundo a Unidade de Gestão de Agronegócio, Abastecimento e Turismo (UGAAT), são 20 vinícolas com produção regularizada de vinho, inclusive que fazem parte das Rotas do Vinho, da Uva, do Castanho, da Cultura Italiana, e dos Sabores.