
Apesar de ser rápido, não ter burocracia e ser importante para salvar vidas, os dados do Ministério da Saúde referentes à doação de sangue mostram que o país está dentro dos parâmetros considerados ‘recomendados’, porém aquém do ideal para manter estoques nos hospitais e clínicas. Em Jundiaí, por exemplo, dois hospitais públicos utilizam por mês cerca 1,5 mil bolsas de sangue para suas cirurgias e contam com o único posto de coleta para receber as bolsas.
No Hospital São Vicente de Paulo, o consumo médio mensal é de aproximadamente 1.200 bolsas de sangue. Esse recurso é essencial principalmente em cirurgias de média e alta complexidade, realizadas nas especialidades em que o hospital é referência, como cardiologia, neurocirurgia, oncologia, traumatologia e atendimentos de urgência e emergência. Esses procedimentos estão entre os que mais demandam transfusões, dada a complexidade e o risco de perda sanguínea envolvidos.
Segundo explica o médico hematologista, João Augusto Fernandes, os tipos sanguíneos mais utilizados são o A positivo e o O positivo, o que está diretamente relacionado às características da população atendida. No entanto, todas as doações são igualmente importantes, já que o hospital recebe pacientes com todos os tipos sanguíneos, sendo essencial manter um estoque diversificado para atender de forma segura e eficaz a todos os casos.
“O São Vicente realiza ações internas de conscientização sobre a importância da doação de sangue, promovidas pelo departamento de comunicação. Essas campanhas são divulgadas por meio de canais voltados aos colaboradores, como e-mails, murais, grupos de WhatsApp e outros meios institucionais. As mensagens trazem orientações sobre onde e como doar, critérios para doação, possíveis restrições e a relevância do ato para salvar vidas”, reforça.
No São Vicente todo o sangue utilizado é fornecido exclusivamente pela Colsan porque é responsável pelo processamento, testagem, armazenamento e distribuição dos hemocomponentes utilizados nas unidades hospitalares. A unidade não realiza coleta própria, apenas recebe o material já preparado para uso, conforme a demanda e necessidade dos pacientes.
O hematologista, João Augusto Fernandes, comenta que os tipos sanguíneos mais utilizados são o A positivo e o O positivo, o que está diretamente relacionado às características da população atendida
Já no Hospital Universitário (HU) é utilizado em média 100 unidades de hemocomponentes por mês. Os mais solicitados são o concentrado de hemácias e plaquetas, componentes essenciais tanto para tratamentos crônicos quanto para emergências. Já em relação aos tipos sanguíneos, os mais requisitados são O positivo e O negativo, por serem compatíveis com a maioria dos pacientes – especialmente o O negativo por ser sangue universal utilizado em carater de urgência e energencia, O positivo de maior consulmo nos hospitais.
A maior demanda por hemocomponentes geralmente ocorre em procedimentos de emergência, como histerectomias e partos ectópicos, que podem envolver quadros de hemorragia grave e exigem transfusão imediata para estabilização da paciente, por isso as campanhas internas ajudam a sensibilizar a população quanto a importância da doação.
Índices
Vale lembrar que nos últimos dois anos, o Brasil registrou um leve aumento de 1,9% do número de bolsas de sangue coletadas, sendo 3.248.737 em 2023 e 3.310.025 em 2024. Até maio de 2025 já foram 831.518. As transfusões de sangue passaram de 3.088.332 e 3.178.138 no mesmo período, crescimento de 2,9%.
Apesar de o Colsan Jundiaí não responder quanto aos dados, o esforço é sempre quanto as doações para manter os estoques em dia, em especial quando há queda nas temperaturas. A Colsan fica na rua 15 de novembro, 1848.