
Campinas tem, hoje, mais de 1,1 milhão de habitantes, expostos a uma criminalidade pulsante, inerente justamente ao seu tamanho territorial e populacional. Soma-se a isso mais 36 outras cidades da região, em um cenário desafiador para qualquer delegado que aceite e se disponha a assumir a Delegacia de Investigações Gerais (DIG), especializada e responsável por investigar e elucidar grandes casos de crimes contra o patrimônio, entre outros. É justamente nesse ambiente provocador que, a partir de agora, o delegado jundiaiense Marcel Fehr vai trabalhar. Após 16 anos comandando delegacias em Jundiaí e região, ele deixa a Seccional da cidade para integrar a Polícia Civil de Campinas, a convite de Fernando Manoel Bardi, ex-delegado e ex-vereador em Jundiaí, e que hoje é diretor titular do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior 2 (Deinter-2), com sede em Campinas.
Fehr, que tem 25 anos de polícia, sendo nove deles atuando na Capital, vinha trabalhando como assistente e Seccional, em Jundiaí. Antes, foram duas passagens pela DIG de Jundiaí, uma pela Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise), também de Jundiaí, uma comandando o 2º DP da cidade, além de duas na delegacia de Várzea Paulista, uma em Campo Limpo Paulista e uma em Jarinu. "Recebi o convite como um desafio para a minha carreira, uma oportunidade de crescimento e de dar um passo à frente. Vejo como um progresso em minha carreira, tenho objetivos na Polícia e esse desafio certamente será bom para minha carreira", disse ele.
Para trabalhar em Campinas e região Fehr terá à sua disposição, na DIG, seis equipes táticas, um setor de inteligência e um setor específico para combate aos crimes de corrupção, crime organizado e lavagem de dinheiro. Além disso, dois delegados-assistentes estarão sob seu comando. "Vou tratar essa oportunidade com a mesma dedicação com a qual sempre trabalhei em Jundiaí, colocando tudo o que aprendi e adquiri de conhecimento nesses anos", salientou.
Além do conhecimento em campo e no comando, Fehr leva para Campinas a recente experiência de ter cursado o Curso Superior de Polícia - no segundo semestre do ano passado - uma pós graduação reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC) e que o qualifica para seguir galgando se tornar delegado de classe especial - hoje ele é classificado como delegado de 1ª Classe. "Deste curso só participam delegados com mais de 20 anos de experiência. Foram selecionados apenas 30 e o curso se passou na academia de polícia, em São Paulo", contou ele, que ao final, em uma classificação, empatou em primeiro lugar, em pontuação, com outros dois delegados. Foi um curso enriquecedor e que teve como principal objetivo a gestão em segurança pública. Minha monografia foi com o tema tecnologia de informação e inteligência policial".
Durante o curso os delegados foram aos Estados Unidos para um módulo especial de intercâmbio, com troca de experiências com a polícia americana. "Participamos da Convenção Internacional de Chefes de Polícia, com a presença de policiais do mundo inteiro e pudemos escolher assistir a palestras especiais; eu, por exemplo, optei pelos temas 'policiamento durante a guerra na Ucrânia', com policiais ucranianos, pedofilia, crimes virtuais, legalização das drogas e tráfico de pessoas'. Foi enriquecedor", comentou.
Visitas e trocas de experiências também ocorreram na Universidade de Harvard (para conhecimentos de gestão administrativa), e em sedes do FBI (agência de inteligência e segurança dos EUA), como em Boston e Washington, e na academia do FBI, em Quântico. "Conhecemos e tivemos troca de experiências também no Pentágono e com a Polícia do Capitólio (força policial federal subordinada ao Governo dos Estados Unidos, cuja função é proteger os congressistas)".
Fehr já assumiu suas funções nesta semana dando início à investigação de seus primeiros casos na nova casa.
Fotos da passagem pelos EUA durante o curso