O Carnaval é uma festa tradicional no Brasil, porém, atualmente, ele é marcado por vários excessos, como o consumo excessivo de álcool e substâncias entorpecentes e por comportamentos desregrados, com a exacerbação da sexualidade, promiscuidade e violência, o que, segundo Bezerra de Menezes, mostra o vestígio da barbárie e do primitivismo ainda reinantes e que um dia desaparecerão da Terra.
Embora o Carnaval seja carregado de alegria, que é uma emoção muito benéfica a todos os seres, as ações lascivas cometidas neste período podem gerar sérias consequências físicas e espirituais, tanto aos encarnados que as promovem, quanto aos desencarnados que as compartilham. É muito grande a quantidade de espíritos inferiores que são atraídos, nesta ocasião, onde estes desregramentos de todos os gêneros são praticados por grande quantidade de pessoas, que passam a propiciar clima mental favorável às influenciações dos delinquentes e viciados do plano espiritual inferior. Espíritos ligados aos vícios comparecem nestas celebrações, porque poderão satisfazer suas pseudo-necessidades de retomar suas más tendências e indignidades do passado, através da influenciação e da consequente vampirização dos encarnados, que lhes aceitam as sugestões, por sintonizarem ainda, com estas práticas primitivas e bárbaras. Dessa forma, a afirmação de famosa música: “atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”, não é uma verdade.
Emmanuel nos orienta através de Chico Xavier: “Nenhum espírito equilibrado em face do bom senso, que deve presidir a existência das criaturas, pode fazer a apologia da loucura generalizada que adormece as consciências, nas festas carnavalescas. Há nesses momentos de indisciplina sentimental o largo acesso das forças da treva nos corações e, às vezes, toda uma existência não basta para realizar os reparos precisos de uma hora de insânia e de esquecimento do dever.”
É sabido que o convívio social é importante e benéfico, assim, o Espiritismo não nos incita à reclusão e ao isolamento, mas nos traz informações altamente enriquecedoras acerca dos fluidos e suas propriedades, alertando-nos sobre a atmosfera espiritual criada pelo pensamento e os ambientes por onde transitamos, cujas vibrações resultam do conjunto de emanações fluídicas próprias dos presentes, encarnados e desencarnados.
Muitos afirmam que vão para as festas carnavalescas com boas intenções, entretanto, a sintonização, mesmo nestes casos, é estabelecida. Mergulhados nas mesmas energias, todos os indivíduos se mantêm na mesma rede de nutrição psíquica inferior, e, considerando as leis fluídicas, não podemos menosprezar a influência nociva dessa psicosfera tóxica.
Mas, então, o que fazer? Uma boa proposta para esses dias de folia na Terra, numa sociedade onde a vida familiar tem sido tão difícil, tão escassa, é aproveitar os dias carnavalescos para um convívio saudável com nossos queridos, estreitando os vínculos de carinho e afeto, valorizando o tempo que temos à nossa disposição.
Eduardo Battel é médico urologista, expositor Espírita e Coordenador da Liga de Medicina e Espiritualidade da FMJ (ebattel@hormail.com)