TECNOLOGIA

Escaneamento de íris, entenda


| Tempo de leitura: 2 min

Nas últimas semanas, o escaneamento de íris tornou-se uma tendência e até uma forma de renda extra. A empresa Tools for Humanity está por trás dessa tecnologia. Segundo a própria empresa, o objetivo é criar um banco de dados mundial, denominado World ID.

No Brasil
No país, a ação ganhou destaque quando a instituição começou a pagar criptomoedas como “bonificação/prêmio” aos voluntários. Segundo a Forbes Brasil, em 16/01/2025, a estimativa de brasileiros que já haviam realizaram o procedimento ultrapassava os 200 mil.

No mundo
De acordo com uma reportagem da Rede TV, da qual participei (https://www.redetv.uol.com.br/jornalismo/redetvnews/videos/outros-videos/brasileiros-participam-de-projeto-de-escaneamento-da-iris), mais de 10 milhões de pessoas no mundo já realizaram a coleta de íris. Em Portugal e Espanha, os serviços da empresa Tools for Humanity foram suspensos até segunda ordem.

Proteção de Dados
A coleta de imagens da íris é classificada como dado pessoal sensível, conforme a Lei Geral de Proteção de Dados (biometria) – art. 5º, II –, o que requer atenção redobrada no seu tratamento. Contudo, a forma como esses dados serão utilizados ainda foi pouco divulgada. A alegação da empresa é que as imagens seriam apagadas posteriormente e convertidas em códigos fragmentados. No entanto, não há garantias concretas. É importante destacar que nenhum sistema é 100% seguro e, por isso, está sujeito a vazamentos ou invasões.

Quais são os riscos?
Com um dado biométrico, é possível identificar um indivíduo. Em caso de vazamento, mesmo que os dados estejam fragmentados, pode-se realizar a identificação e a correlação com outras informações. Isso abre portas para criminosos executarem fraudes, como compras falsas, contratos fraudulentos, contratação de empréstimos, cartões de crédito ou até mesmo o acesso a contas bancárias e sistemas de validação de identidade.

O que devo fazer se já fiz o escaneamento?
A coleta está sendo realizada com base em um suposto consentimento. Contudo, viola um dos principais requisitos para sua validade: ele deve ser livre, ou seja, sem qualquer tipo de pressão física, psicológica ou financeira. Caso você já tenha realizado o escaneamento, é recomendável revogar o consentimento imediatamente. Em caso de dificuldade, procure um profissional de sua confiança para orientação.

E se não fiz o escaneamento? Estou protegido?
Em relação a essa violação específica, sim. No entanto, é importante lembrar que todos os dias estamos expostos ao compartilhamento de dados em redes sociais, compras online, processos seletivos, entre outros. Leia sempre a política de proteção de dados das plataformas que utiliza e verifique se são legítimas. Na dúvida, troque regularmente as senhas de e-mails, redes sociais e plataformas financeiras. Todo cuidado é pouco!

E você?
Já fez o escaneamento da íris? Envie seu comentário ou sugestão para: consultor@josemilagre.com.br. Não se esqueça de se inscrever no meu canal no YouTube (youtube.com/josemilagre) ou de me seguir no Instagram @dr.josemilagre.

Comentários

Comentários