
A Região Metropolitana de Jundiaí (RMJ), composta pelas cidades de Jundiaí, Campo Limpo Paulista, Louveira, Itupeva, Várzea Paulista, Cabreúva e Jarinu está enfrentando um cenário financeiro complexo em 2025. Apesar de algumas exceções, muitos dos municípios da região herdaram dívidas expressivas de gestões anteriores, o que tem exigido dos novos prefeitos esforços significativos para reorganizar as finanças e garantir a continuidade dos serviços públicos essenciais.
Em Jundiaí, a administração de Gustavo Martinelli (União), se destaca no cenário regional por apresentar uma situação financeira mais estável. A cidade possui atualmente R$371 milhões em caixa e está com as contas em dia, uma realidade que contrasta com a de muitos outros municípios da região. No entanto, a cidade também enfrentou desafios significativos, como a renúncia de arrecadação de R$250 milhões, o que forçou a atual gestão a adotar uma postura de austeridade. O prefeito Martinelli já anunciou que, mesmo com as finanças equilibradas, será necessário controlar os gastos públicos para enfrentar as dificuldades econômicas que ainda persistem.
Campo Limpo Paulista em situação caótica
Campo Limpo Paulista enfrenta dificuldades ainda mais severas. A gestão de Adeildo Nogueira (PL) herdou da administração anterior um cenário de caos financeiro, com uma dívida total de R$141,7 milhões. Além disso, a cidade tem R$ 21 milhões em restos a pagar, que correspondem a obrigações não cumpridas, como pagamentos de serviços e contratos ainda em aberto. O prefeito Nogueira não poupou palavras para descrever a gravidade da situação: "Dispensamos cargos de confiança, reduzimos de 15 para 7 o número de secretarias sem parar os serviços, entre outras ações que vamos fazer para enxugar a máquina e recuperar a cidade", afirmou.
200 Milhões e escassez de recursos
Em Louveira, a situação também é preocupante. A administração de Paulo Finamore (MDB), ao assumir a Prefeitura, encontrou cerca de R$ 350 mil em caixa, mas um passivo de R$ 200 milhões em dívidas. Segundo o prefeito, “a situação exige um trabalho minucioso e responsável para reorganizar as contas públicas, honrar compromissos e restaurar a confiança da população e dos fornecedores. A gestão está focada em cortes de despesas, revisão de contratos e renegociação de dívidas, com o objetivo de trazer a cidade de volta ao equilíbrio financeiro”, disse.
Desequilíbrio das Contas Públicas
Rogério Cavalin (MDB), prefeito de Itupeva, assumiu a cidade em 2024 com a missão de equilibrar um cenário financeiro alarmante. As contas públicas estavam desequilibradas e as dívidas acumuladas comprometiam os recursos destinados a serviços essenciais. A Prefeitura adotou uma série de medidas para melhorar a gestão, como a revisão de alugueis, a renegociação de dívidas e a redução de cargos comissionados. Também houve cortes de horas extras e a priorização de investimentos em áreas estratégicas. Mesmo com avanços, 2025 será um ano de desafios, e o governo continua buscando parcerias e recursos externos para garantir o cumprimento dos compromissos e melhorar a qualidade de vida na cidade.
Reconstruindo as Finanças
Desde que assumiu a Prefeitura de Jarinu, em 2021, a prefeita Débora Prado (PSD) tem se dedicado a reverter um cenário financeiro crítico. O município estava atolado em dívidas, com salários atrasados e sem a Certidão Nacional de Débitos (CND), o que impedia a captação de recursos federais. A prefeita implementou uma série de medidas austeras, como a renegociação de dívidas, a revisão de contratos e a redução de despesas com custeio. A prioridade foi dada ao pagamento dos salários atrasados dos servidores e à obtenção da CND, o que permitiu que Jarinu voltasse a acessar recursos para investimentos. Graças a essas ações, a cidade conseguiu superar a crise financeira e retomar o caminho do crescimento, com a gestão focada na responsabilidade fiscal.
Panorama
Cortes de despesas, renegociação de dívidas e a busca por maior transparência e eficiência têm sido as principais estratégias para enfrentar a crise nas cidades da RMJ. No entanto, 2025 ainda será um ano de muitos desafios para essas administrações, que precisarão manter o foco na austeridade fiscal e no compromisso com o bem-estar da população.
O Jornal de Jundiaí também tentou contato com a prefeitura de Cabreúva, mas foi informada de que Noemi Bernardes (PODE) está acumulando o trabalho de prefeita e vice-prefeita, e está, neste momento, organizando internamente a sua gestão. Além disso, ainda está em luto em razão do falecimento do grande amigo, o prefeito Antonio Carlos Mangini e pediu a compreensão do jornal.