OPINIÃO

TEDxJundiaí e os olhares possíveis


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No último dia 7 de novembro aconteceu no Teatro Glória Rocha, Centro de Jundiaí, a segunda edição do TEDxJundiaí. Sob o tema "Olhares", a noite de sete palestras cumpriu com o principal objetivo: deu palco para ideias que inspiram e provocam reflexão.

Minha intenção com esse texto não é fazer um resumo das palestras. Vale a pena esperar que elas sejam divulgadas oficialmente pelo canal do TED Talks para serem apreciadas na íntegra. Além disso, minha coluna não teria espaço o suficiente para o mergulho devido que cada uma das falas merecem em uma análise.

Ficarei portanto ao que me coube na realização desse evento: os trabalhos de bastidores. Quero explorar os olhares que tive antes, durante e depois do TEDxJundiaí e compartilhar esses devaneios com você, caro leitor e cara leitora.

Meu primeiro olhar é de muito antes de se cogitar ter um evento TED em Jundiaí. Eu conheci essas palestras quando morava nos EUA e as usava para treinar meu ouvido, já que a língua inglesa é predominante nas palestras espalhadas pela internet e que pude acessar. Eu notei muito rápido a magnitude do conteúdo daquilo e não foram poucas as vezes que eu, no mais puro estado de quimera, não sonhei acordado que estava discursando em cima do famoso tapete vermelho.

Minha relação com o TED só aumentou quando eu assumi que ele era uma referência de conhecimento. Quantas vezes eu não decorei algumas apresentações só para aumentar meu repertório e garantir minha eficiência na hora de um eventual debate.

O tempo passou e meu olhar mudaria completamente. De espectador que sonhava em estar lá para um organizador que estava lá. O convite para ser coordenador de comunicação do TEDxJundiaí veio quase que junto de seu nascimento das mãos de Rafael Testa, a mente brilhante que trouxe a iniciativa TED para a cidade.

Ver o TEDx do outro lado do balcão me ensinou muita coisa sobre aquelas palestras que eu via e admirava tanto. Isso porque escolher e preparar quem vai assumir esse protagonismo não é uma tarefa fácil. Felizmente essa tarefa não coube a mim, mas observei de perto todo o trabalho que Rafael e Tainan Franco - a outra mente brilhante que mantém o projeto de pé - tiveram para definir os nomes da primeira edição. O TEDx precisava ser plural e foi. Ponto para nós!

Então veio o olhar de bastidor. Aquele de trás do palco, da coxia, do camarim. Meu trabalho era coordenar uma equipe de reportagem que divulgava o TEDxJundiaí e fazia sua cobertura jornalística: entrevistar os palestrantes assim que saíam do palco, imagens de apoio, conteúdo para as redes sociais, notas para a imprensa... Tudo isso me fez ter acesso ao que acontece e que pouca gente vê.

E eu vi a ansiedade dos palestrantes, a busca pela concentração máxima da mestre de cerimônia, a preocupação com os mínimos detalhes de todo o evento, a disposição da equipe técnica, o suor incontrolável de quem corria para lá e para cá... Quase nem vi a calmaria e perfeição pragmática que a plateia teve o prazer de ver.

E a dose se repetiu na segunda edição, que aconteceu na semana passada. O tema era diferente, os palestrantes eram diferentes, o palco era diferente, mas a energia era a mesma.

Mas o que eu mais pude ver nos bastidores do teatro Glória Rocha foi a devoção que as pessoas que estavam trabalhando pelo TEDxJundiaí - e me incluo nisso - demonstram ter. Dos mantenedores até os amigos que foram dar uma forcinha seja lá como, todos estavam ali por um certo amor pelo projeto.

O TEDxJundiaí não inspira só as pessoas que assistiram a suas palestras. Sou capaz de dizer que o projeto inspira todo mundo que se deixa envolver por ele. Fazer parte é diferente de se sentir parte e muito mais distinto ainda de ser parte.

Sou grato de ser parte do TEDxJundiaí, pois no fim das contas, aqueles meus sonhos acordados de participar das palestras que eu tanto admirava se realizaram. Basta eu saber olhar, que eu vou me enxergar construindo algo que ficará para a história da cidade.

Conhecimento é conquista

Felipe Schadt é jornalista, professor e cientista da comunicação (felipeschadt@gmail.com)

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