JUNDIAÍ

Eleição de 2024 ficará marcada como uma das mais disputadas

Por Diná de Melo |
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José Antonio Parimoschi (PL) e Gustavo Martinelli (União) concorrem à Prefeitura de Jundiaí
José Antonio Parimoschi (PL) e Gustavo Martinelli (União) concorrem à Prefeitura de Jundiaí

Definitivamente, estas eleições municipais se diferenciam de qualquer outra pelas quais já passamos. Alguns fatores convergiram para que se estabelecesse um cenário inusitado e para que esta se transformasse numa eleição atípica, acirrada até o último momento, com dois candidatos disputando voto a voto a eleição. 

As candidaturas vieram do mesmo ramo, pois Gustavo Martinelli (União) era o vice-prefeito de Luiz Fernando Machado. A recusa em transformá-lo em sucessor lançou uma chama de ‘oposição’ ao preferido e apoiado do atual prefeito, José Antonio Parimoschi (PL).   

A professora aposentada, Thaís Jordão, costuma acompanhar o cenário político. Está sempre bem informada do que acontece em todas as esferas e discute política com amigos por entender a sua importância na vida cotidiana. Para ela, foi uma eleição pesada. “Não me lembro disso em eleições passadas aqui em Jundiai. Troca de acusações, brigas entre as duas chapas. Acompanhei tudo pela internet. Esse segundo turno foi pior do que o primeiro”, disse ela se referindo à campanha majoritária.

Para a Digital Influencer, Sandra Bessa, que participou das eleições passadas como candidata a vereadora, esta, como em todo o país, foi uma eleição polarizada e marcada por agressões. Mas ela vê um cenário positivo: a renovação na Câmara Municipal. “Eu considero positivo o fato de termos conseguido aumentar o número de mulheres na Câmara. Ainda é pouco, precisaríamos de mais, porém já foi importante termos conseguido eleger mais duas”, comentou.

Olhar dos presidentes de partidos

À frente do Partido dos Trabalhadores (PT) de Jundiaí, Ederson Felipe (Felipão), mesmo considerando esta uma eleição atípica, já que o partido não lançou candidato próprio para a prefeitura, e ter focado na eleição de vereadores e na construção de uma aliança estratégica, diz comemorar o fato de ter conseguido eleger um candidato. “As eleições deste ano representaram um marco importante para o Partido dos Trabalhadores em Jundiaí. Após quase uma década fora do legislativo, conseguimos eleger Mariana Janeiro como vereadora, o que demonstra a força do diálogo e do trabalho coletivo. A estratégia de formar uma frente ampla foi fundamental para esse resultado”, concluiu o presidente.

Outro partido que elegeu uma mulher foi o PSD, a primeira mulher trans da história do legislativo da cidade, Carla Basílio. “Para nós, essa eleição foi uma grata surpresa. Fizemos três vereadores: a Carla foi eleita pela primeira vez, o Faouz Taha foi reeleito, e teve o Daniel Leme que foi um estouro de votos”, comentou o presidente do partido, José Galvão Braga (Tico).

Apesar do resultado positivo, Tico é firme ao dizer que “foi uma eleição muito suja e complicada”, segundo ele, por conta de ataques de pessoas que estavam do lado do time e que se viraram contra. O PSD é um dos partidos coligados ao PL, chapa de um dos candidatos à cadeira de prefeito em Jundiaí.

Fernando Souza, presidente do PSDB de Jundiaí, foi mais duro: “o que foi diferente nesta eleição: a sujeira, as agressões pessoais às famílias dos candidatos, aos próprios candidatos, aos apoiadores nas ruas, todos tiveram problemas policiais, aos furtos dos materiais de campanha, que nunca tivemos um número tão grande, todo tipo de vandalismo, que sujou essa campanha”, afirma o presidente. Para Fernando, o grupo do qual faz parte, diz está tranquilo por ter feito uma campanha limpa e propositiva.

Mais comedido, Adilson Rosa, presidente do PL de Jundiaí, partido que fez seis cadeiras na Câmara Municipal, e encabeça a lista com a mulher mais votada da história da cidade, Quézia de Lucca, reeleita com mais de 8 mil votos, disse foi uma eleição das mais disputadas dos últimos tempos, mas que a coligação foi bem organizada. “Realmente foi uma eleição diferente, mas trabalhamos duro para chegar a um resultado positivo, com uma coligação bem organizada, uma campanha propositiva, que esperamos chegar no resultado positivo neste domingo”, concluiu.

Olhando de fora, Paulo Malerba, ex-vereador na cidade e atual presidente do Sindicato dos Bancários de Jundiaí, concorda que a eleição foi mais agressiva, devido a rupturas de grupos.”Quando existe esse tipo de situação tende a ser mais agressiva a campanha, mais acirrada mesmo. Ao meu ver, não mobiliza a cidade em termos de proposta e, neste sentido, foi uma campanha que faltou um debate mais aprofundado e mais sério com mais pluralidade a respeito da cidade”, encerrou. (D.M.) 

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