
A consultoria de meteorologia Climatempo divulgou na manhã de hoje (9) que há uma nuvem de fumaça que encobre o Brasil. Também nesta manhã, como vem acontecendo há alguns dias, Jundiaí amanheceu com uma "névoa" no céu, evidenciando que a qualidade do ar não está boa. E, de fato, não está, assim como boa parte do estado. De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), o ar em Jundiaí está classificado como "ruim" e isso não é exclusividade desta segunda, vem se estandendo há alguns dias.
O Climatempo divulgou na manhã de hoje o mapa que mostra o Brasil com quase nenhuma nuvem de chuva, mas tomado por fumaça
Nesta semana, a previsão é de temperaturas altas e céu sem nuvens em Jundiaí. A estiagem deve durar mais alguns dias. No fim de semana, a previsão para a cidade é de que a temperatura caia um pouco e haja nuvens, indicando possibilidade de chuva. Não chove em Jundiaí há duas semanas.
Cuidados
Com este clima hostil para a saúde da população, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Academia Brasileira de Rinologia destacam que alguns cuidados podem ajudar a minimizar os malefícios da baixa umidade e poluição.
As entidades destacam que a situação traz efeitos negativos, como irritação das vias respiratórias, dificuldade de respirar, surgimento de coriza ou ressecamento na mucosa nasal, redução da capacidade filtrante do nariz e agravamento de quadros de doenças respiratórias, como a asma e a rinite alérgica.
“As partículas da poluição e a baixa umidade não só exigem muito do nariz e seios da face, como causam inflamação no sistema respiratório. Esses danos ao revestimento interno das vias aéreas prejudicam todo o preparo do ar inspirado necessário a uma função respiratória adequada”, explica o presidente da ABR e membro da ABORL-CCF, Otavio Piltcher.
Orientações
Nessas circunstâncias ambientais, é fundamental tomar medidas preventivas para diminuir a exposição a poluentes no ar. “Nos períodos de queimadas, o ideal é evitar ambientes externos e não realizar atividades ao ar livre. Se sair, o uso de máscaras N95 são úteis para minimizar a entrada de partículas relacionadas à fumaça e à poluição”, destaca Piltcher.
Cuidados simples podem manter o ambiente doméstico protegido e também garantir o bem-estar do organismo e a hidratação das vias aéreas. “É importante manter a casa bem fechada para evitar a entrada de partículas no ambiente. Além disso, deve-se beber bastante água”, orienta.
Além da hidratação adequada, muitos pacientes recebem alívio dos sintomas através das lavagens nasais. Essa é uma técnica reconhecida na medicina pelos efeitos positivos em pacientes com alergias respiratórias e outras disfunções das estruturas relacionadas ao nariz. Utilizando diversos dispositivos que produzem jatos nasais com soluções com diferentes salinidades, ela busca através da umidificação da mucosa nasal ajudar na manutenção do funcionamento saudável das vias aéreas, especialmente em condições climáticas e ambientais com baixa umidade relativa do ar.
O presidente da ABR indica que “as lavagens nasais sejam feitas proporcionalmente à percepção de irritação nas vias aéreas, sem exageros”. Além disso, a hidratação nasal com aplicação de gel específico para o nariz e a nebulização são outras opções para manter o nariz umidificado.
A ABORL-CCF desenvolveu o “Manual de Lavagem Nasal na Criança e no Adulto” que pode ser acessado gratuitamente. No material, é possível visualizar o passo a passo da lavagem com os diferentes tipos de instrumentos, como garrafa apropriada e seringa.
Passo a passo da lavagem nasal
- A pessoa deve inclinar o corpo para frente, a cabeça lateralmente para um dos lados e aplicar o soro na narina que estiver mais elevada, para facilitar a saída da solução em direção à pia.
- Importante garantir o fechamento completo da narina acoplada ao dispositivo com a solução salina.
- A pressão de introdução da solução deve ser sempre suave, o importante é o fluxo, não a pressão do jato.
- Se houver desconforto durante a lavagem nasal, interrompa o procedimento imediatamente e revise a técnica de lavagem.
“Não é recomendado nenhum tipo de limpeza com introdução de algodões, papéis ou qualquer elemento rígido no nariz, pois ao traumatizar a entrada nasal, poderá piorar ainda mais a situação pela formação recorrente de crostas, saída de sangue e até infecções dessa região. O manual também alerta para os riscos de lavagens realizadas de forma inadequada, principalmente, em crianças pequenas e idosos”, finaliza Piltcher.