DEBANDADA

Crise na GM de Cabreúva ainda gera rachaduras internas

Por Marcela Franco | Jornal de Jundiaí
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação
Em meio à saída em massa de líderes, novas nomeações geram preocupações
Em meio à saída em massa de líderes, novas nomeações geram preocupações

Recentemente, a Guarda Municipal de Cabreúva sofreu uma reviravolta com a saída em massa de sua alta liderança. O comandante Diego Anzolini renunciou, seguido pelo subcomandante Muniz e três dos quatro inspetores. Além deles, outra pessoa que estava de férias também anunciou sua saída após o retorno.

Em resposta à crise, a gestão nomeou novos líderes para os cargos vagos. O novo comandante é Ricardo Ferreira Cabral, e os inspetores são Heliton Castelanelli, Adilson dos Santos Júnior, Murilo de Souza e Vitor Neves Barcelos. No entanto, o posto de subcomandante permanece vago.

Em entrevista ao Jornal de Jundiaí, um guarda municipal de Cabreúva, que preferiu não se identificar, expressou preocupações sobre as novas nomeações, especialmente em relação ao inspetor Vitor Barcelos. Segundo a fonte, Barcelos não está preparado para o cargo, e sua nomeação ocorreu devido a uma ação impetuosa do governo. "Foi uma nomeação que aconteceu pelo desespero da gestão, já que a tropa está unida e muitos negaram o cargo", afirmou.

O guarda descreveu Barcelos como “inexperiente” e “despreparado” para lidar com as responsabilidades do cargo. "Pouco conhece os procedimentos legais e em ocorrências acaba não tendo conhecimento para conduzir a situação, trazendo perigo e complicações", explicou. De acordo com ele, houve relatos de atendimentos realizados por Barcelos que quase resultaram em situações piores devido à sua falta de conhecimento. O guarda também sugeriu que a nomeação de Barcelos foi influenciada por interesses políticos, já que o pai de Vitor, Luis Barcelos, é um cargo de confiança do atual prefeito, Antonio Carlos Mangini, e é pré-candidato a vereador. "Foi privilegiado para agradar o pai do garoto, sem se atentar que o mesmo não está preparado para o cargo", complementou.

Sobre as divergências com o atual secretário de segurança, a fonte afirmou que ele não entende o papel da Guarda Municipal e confunde os estatutos devido às suas raízes militares. "Ele está aproveitando o cargo para tirar verba da pasta de segurança municipal e transferir para a polícia militar através da operação delegada, diminuindo o salário dos guardas municipais que realizam essas horas extras há mais de 20 anos", disse o guarda.

O projeto de Operação Delegada, que permite ao município custear horas extras de policiais militares, foi apresentado pelo secretário ao prefeito e aguarda votação na Câmara. "Isso é um retrocesso na segurança pública de Cabreúva", afirmou a fonte.

OPERAÇÃO DELEGADA
A Operação Delegada é realizada por meio de um convênio entre a prefeitura e o Governo do Estado de São Paulo para que agentes voluntários da Polícia Militar reforcem o policiamento na cidade durante suas folgas. O trabalho é voluntário e os policiais em horários de folga atuam de farda e com equipamentos da PM na fiscalização de posturas municipais.

O Grupo JJ questionou a Prefeitura de Cabreúva sobre o caso da exoneração em massa e a nomeação do inspetor Vitor Barcelos, mas, por meio de nota, a administração informou apenas que foi realizada a troca do Comando, bem como dos cargos de chefia da GM. Também esclareceu que os ex-chefes retornaram à função de Guarda Municipal e as novas nomeações foram feitas no mesmo dia. Disse, por fim, que “os trabalhos da GM não foram prejudicados e seguem normalmente”.

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