COMO EVITAR

Acidentes domésticos com crianças aumentam durante as férias

Por Rafaela Silva Ferreira | Jornal de Jundiaí
| Tempo de leitura: 4 min
DIVULGAÇÃO
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) também divulgou uma lista de orientações a serem adotadas para prevenir acidentes
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) também divulgou uma lista de orientações a serem adotadas para prevenir acidentes

Com a chegada das férias escolares, muitas famílias se preparam para receber as crianças em casa. No entanto, esse período de descanso pode trazer consigo um aumento nos riscos de acidentes domésticos envolvendo os pequenos. O número de internações de crianças menores de 10 anos em consequência de quedas, por exemplo, passou de 335 mil nos últimos dez anos. Apenas no ano de 2023, mais de 33 mil crianças nessa faixa etária foram internadas por esse motivo em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS). Por isso, saber como proteger a casa e tomar precauções adequadas pode fazer toda a diferença para garantir a segurança dos seus filhos.

Segundo o ortopedista pediátrico Wilson Lino Junior, as crianças estão sempre em movimento e procurando aventuras e interação com seus semelhantes. "Devemos pensar em alguns fatores que podem justificar a maior quantidade de traumas e acidentes: a coordenação das crianças está em constante desenvolvimento, a marcha normal só se assemelha à de um adulto aos 6 anos de idade e mudanças corporais ocorrem até a fase final de crescimento, próximo dos 16 anos de idade”.

Por isso, segundos após um acidente, a orientação é observar a criança. “Desmaios e vômitos são sinais de alerta com traumas de cabeça. Deformidades, dor intensa nos membros são sinais de fratura. Ferimentos cortantes com sangramento abundante também devem levar ao pronto-socorro", enumera o médico.

No caso de trauma nos membros, recomenda-se imobilização provisória, nos ferimentos sangrantes deve-se envolver com toalha ou pano limpo e não fazer garrotes e torniquetes. "Nunca colocar substâncias como café, óleo, pasta de dente e outros produtos de crendices que podem contaminar os ferimentos, causar infecções graves e dificultar o tratamento”, alerta.

Já a pediatra Renata Waksman diz que é preciso encarar o problema como uma epidemia. “Acidentes podem ocorrer em todos os níveis sociais. Aquela criança que tem acesso direto à rua corre risco, mas a outra, que mora em um condomínio, pode ser atropelada na porta da garagem. Infelizmente, [o risco de acidente] está se tornando uma situação muito democrática.”

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) também divulgou uma lista de orientações a serem adotadas para prevenir acidentes. Confira as indicações conforme a faixa etária:

Crianças com menos de 1 ano

  • Nunca deixe o bebê sozinho no trocador ou em locais mais altos, como a cama. Esta costuma ser a primeira queda do bebê e, por ter a cabeça bastante volumosa em relação ao resto do corpo, esta chegará primeiro ao chão, podendo causar traumatismos cranianos e encefálicos graves.
  • Quando o bebê começa a controlar os movimentos de braços e pernas e aprende a sentar, um reflexo de hiperextensão posterior faz com que ele, sem desejo disso, se jogue para trás e bata a cabeça no chão. “Por isso, o uso de almofadas e a presença do adulto cuidador são fundamentais”, diz a SBP.
  • O bebê nunca deve ficar sob os cuidados de outra criança. Caso o irmão ou outra criança queira pegá-lo no colo, precisa ser orientada e protegida para que isso aconteça apenas com um adulto segurando também.

Crianças de 1 a 4 anos

  • Telas devem ser colocadas nas janelas, sacadas e vãos desprotegidos, assim como nas laterais de escadas. Não se deve deixar objetos, cadeiras, sofás e outros apoios próximos desses lugares de risco.
  • Cuidado com superfícies molhadas e escorregadias que provocam desequilíbrio e quedas. Banheiro, pisos em geral e calçadas em volta de piscinas que estejam molhados devem ser proibidos para brincadeiras.
  • Brinquedos de locomoção, como triciclos, patinetes e skates, têm que ser bem escolhidos e precisam suportar o peso da criança e ter uma base segura, sem tombar com facilidade. Devem ser usados em locais apropriados, nunca em via pública e sempre com os equipamentos de segurança, como capacete, joelheiras, tornozeleiras e cotoveleiras.

Crianças de 5 a 9 anos

  • A exploração de lugares além da casa pode se tornar intensa, e as quedas de muros, lajes, árvores e brinquedos em parques são comuns. Para evitar acidente, a orientação e supervisão dos responsáveis são fundamentais.
  • Os brinquedos de locomoção vão se transformando. Seja em bicicletas, patinetes, skates e outros, equipamentos de segurança como capacete, cotoveleira, joelheira e tornozeleira devem ser condição de uso do brinquedo, independentemente do local, trecho ou tempo de uso.

Emergências

Se uma criança sofrer um acidente em casa em Jundiaí ou região, é importante agir rapidamente. Aqui estão algumas opções de quem contatar:

  • SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência): Ligue para o número 192. Eles podem enviar uma ambulância rapidamente para prestar os primeiros socorros e encaminhar a criança para o hospital, se necessário.
  • Corpo de Bombeiros: Em casos de acidentes que envolvam situações de risco como incêndios, quedas graves ou outros tipos de emergências, você pode ligar para o número 193.
  • Pronto-Socorro ou Hospital: Se você souber para qual hospital a criança deve ser levada, é importante entrar em contato com o pronto-socorro ou hospital mais próximo para informá-los sobre a situação e, se possível, solicitar orientações adicionais.

Comentários

Comentários