OPINIÃO

Na contramão do presente, olhar para o futuro

4 dias atrás | Tempo de leitura: 2 min

Circula a boca pequena, em algumas mídias sociais, a defesa que ter diploma não significa ter trabalho e consequentemente remuneração, induzindo a falsa ideia de que os jovens não precisam concluir o ensino superior.

Concordo plenamente. Os jovens não precisam só do diploma. Precisam sim da EXPERIÊNCIA que o mundo acadêmico proporciona. No mínimo, alarga os horizontes do conhecimento para tirar o jovem da pequena bolha em que ele vive. O mudo é imenso. A Inteligência Artificial, hoje, traz a possibilidade de viajar para qualquer local do mundo, descobrir novas culturas, aprender astronomia, física etc., sentado na cadeira de casa, a partir da internet. Mas é preciso querer, usar a imaginação, aguçá-la, saber procurar, ter referências!

A quem interessa uma população de 16 milhões de analfabetos e aproximadamente 38 milhões de analfabetos funcionais, aqueles que reconhecem letras, mas não compreendem textos simples, como não fazem operações matemáticas mais elaboradas? Dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), realizada pelo IBGE.

As consequências dos 46% da população brasileira sem escolaridade básica completa, respingam diretamente na eficiência empresarial, tida como baixa; e, no resultado de competência das novas gerações. O Brasil ocupa a 62ª posição no Ranking Mundial de Competitividade, que avalia o cenário de 67 países, na pesquisa do International Institute for Management Development (IMD), em parceria, no Brasil, com a Fundação Dom Cabral (FDC). Somos igualmente o “lanterninha” nos resultados do PISA, Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, que tem o objetivo de avaliar se as novas gerações têm competência para “gerar, analisar e aprimorar novas ideias que possam resultar em soluções originais e eficazes” aos desafios de um mundo em transformação. Entre 57 países, ficamos em 44º, atrás de Peru, Uruguai, México e Chile.

“O Brasil patina, com pouca base na educação que resulta em baixa competitividade”, afirma o Consultor João Botelho, da Henbak Tecnologia. “Reclamamos da ineficiência governamental, mas ela é um reflexo de nosso País. Evoluímos bastante, porém os outros evoluíram mais rápido. Há muitos anos formamos bacharéis com baixíssima capacidade de transformarem suas próprias vidas e carreiras”, acrescenta. Já Raimundo Sousa, Mentor, Consultor, Viabilizador de Negócios acredita que “há maneiras diferenciadas de olhar para estes resultados.” O consultor se posiciona como na frase atribuída a Einstein, segundo a qual “no meio das dificuldades encontram-se oportunidades”. Ele cita movimentos crescentes que podemos acelerar, caracterizado por investimentos da iniciativa privada na Educação básica e secundária; consolidação e “seletivização” da Educação superior privada; programas de Aceleração de Líderes, integrando conhecimento acadêmico, mentorias pessoais e coletivas e potencialização do Sistema de Gestão Empresarial, entre outros.

Que Brasil queremos para daqui 10, 20, 50 anos? A visão imediatista e veloz do presente, parece não contemplar planejamentos de longo prazo. A sociedade, cidadãos, conjuntamente ou não, precisa pensar e sugerir projetos, para que a população possa ter melhor qualidade de vida e o país conquistar melhores índices de competitividade, inovação e eficiência.

Rosângela Portela é jornalista, mentora e facilitadora (rosangela.portela@consultoriadiniz.com.br)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

1 COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.

  • Joao Botelho
    3 dias atrás
    O artigo faz uma boa e rápida passagem. O último parágrafo com a questão de médio e longo prazo diz muito. No curto prazo sobrevivemos de qualquer maneira, mas no médio e longo prazo? Rosângela, parabéns pelo alerta.