OPINIÃO

O futuro já começou


| Tempo de leitura: 3 min

É fundamental discutir, em pauta permanente, não apenas o futuro da indústria, mas o presente vibrante e desafiador que a inteligência artificial (IA) já configura em nossos negócios.

A IA não é futuro. É uma realidade e, como tal, apresenta tanto riscos quanto oportunidades significativas. Segundo declarações dos CEOs de Nvidia (Jensen Huang) e Google (Sundar Pichai), a revolução da IA pode ser maior que o surgimento da internet.

Estamos num ponto crítico onde as indústrias que não incorporarem aplicações de IA em suas operações diárias, correm o risco de não conseguir acompanhar os índices de produtividade das que já dispõem dessa ferramenta no seu dia a dia. É imperativo que estejamos atentos e preparados para integrar novas tecnologias, de modo a otimizar nossos processos e garantir nossa competitividade no mercado.

Estimativas da consultoria McKinsey apontam que a IA generativa tem o potencial de gerar entre 2,6 a 4,4 trilhões de dólares anualmente em valor econômico global.

Quanto à adoção de IA por empresas, pesquisa da McKinsey (com base em uma pesquisa com 1.684 respondentes de diversas regiões, indústrias, portes de empresas e áreas funcionais), também divulgada no Relatório de IA de Stanford de 2024, indica que países em desenvolvimento (49%) estão atrás de países da América do Norte (61%) e da Europa (57%).

Esses números não apenas sublinham a importância econômica da adoção da IA, mas também destacam o papel crucial que a inovação tecnológica desempenhará no crescimento e na sustentabilidade de nossas indústrias.

A questão, portanto, não é se devemos adotar a IA, mas como podemos fazer isso de maneira eficaz e responsável. No Brasil, estamos vendo movimentos significativos no contexto da IA, em diferentes campos.

No aspecto Regulação, o senador Eduardo Gomes (PL do Tocantins) apresentou, no final de abril deste ano, um relatório preliminar que sintetiza diversas propostas de PLs relacionados à IA. Esse substitutivo do PL 2338/2023 recebeu inúmeras contribuições da sociedade e sua versão final está prevista para ser apresentada em 17 de julho próximo.

O Governo Federal está revisando a Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (Ebia), com uma versão atualizada prevista para junho de 2024. Em paralelo, está sendo elaborado um Plano Nacional de IA – uma solicitação do presidente Lula, em março deste ano, que também deverá ser divulgado no próximo mês. Essas iniciativas refletem um compromisso com a modernização de nossa base industrial e a preparação de nossa economia para os desafios do futuro.

Para as micro, pequenas e médias indústrias, a Jornada de Transformação Digital, iniciativa Fiesp/Ciesp/Senai-SP/Sebrae-SP, emerge como uma ferramenta básica, essencial. Esse programa foi desenvolvido para ajudar as indústrias a se adaptarem e a incorporarem novas tecnologias, incluindo a IA, em suas operações. O suporte oferecido por essa iniciativa pode ser decisivo para que empresas, de todos os portes, possam aproveitar as oportunidades que a IA oferece.

Todos nós, empreendedores, devemos considerar como a inteligência artificial pode ser integrada nos processos produtivos. O momento é de ação. Devemos nos capacitar, buscar parcerias e investir em tecnologia para não apenas sobreviver nesta nova era, mas prosperar e liderar um novo tempo.

Juntos, temos a capacidade de moldar um futuro produtivo robusto, eficiente e inovador para o Estado de São Paulo e para o Brasil. Vamos em frente, com coragem e determinação, para explorar as vastas possibilidades que a inteligência artificial nos oferece.

*Rafael Cervone é engenheiro e industrial, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo – Ciesp  e primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – Fiesp

Comentários

Comentários