INFÂNCIA DE MUITOS

Vale dos Guaribas é zoológico que jundiaienses guardam na memória

Por Nathália Sousa |
| Tempo de leitura: 2 min
Acervo professor Maurício Ferreira
O Vale dos Guaribas abrigava várias espécies de animais e era frequentado principalmente por famílias aos fins de semana
O Vale dos Guaribas abrigava várias espécies de animais e era frequentado principalmente por famílias aos fins de semana

Muita gente pode nem saber, mas Jundiaí já teve um zoológico. O Vale dos Guaribas ficava na rodovia Constâncio Cintra, que vai para Itatiba, bem na frente da entrada para a rua Carlos Gomes. O local reunia muitas famílias, principalmente aos fins de semana, e faz parte da memória de muita gente que foi criança na cidade dos anos 1980 e 1990. Lá, era possível ver animais como leão, pantera negra, arara, veado, cobra, macaco e outros. O Vale dos Guaribas foi montado pelo jornalista Hélio Lunardi, que faleceu em 2013, aos 76 anos. O zoológico acabou muito antes, no início dos anos 1990, por ficar insustentável financeiramente.

De acordo com o professor Maurício Ferreira, que em grupos no Facebook preserva a memória da cidade, era um local simples, mas aconchegante. "Aos sábados, tinha shows de música sertaneja, privilegiando músicos locais. Lunardi planejou o parque como um espaço onde pudesse aliar o amor que tinha pelos animais com a preservação e educação ambiental. Foi um lutador, um incansável batalhador. Manter o parque demandava muito dinheiro e as verbas necessárias vinham apenas da bilheteria. Com os gastos altos e bilheteria deficitária, Lunardi teve de encerrar as atividades."

No entanto, ainda de acordo com o professor, Hélio decidiu manter o trabalho com animais. "Logo após, o incansável ambientalista criou uma ONG, a ADIPAS (Associação Direcionada na Preservação dos Animais Silvestres), na região do bairro da Roseira, onde cuidava de mais de 50 animais animais vítimas de maus tratos e tráfico. O local era mantido por Lunardi e amigos. A ONG também recebia escolas para educar crianças e adolescentes sobre a importância da preservação do meio ambiente. Numa época de crise financeira da entidade, Lunardi ameaçou ir à sessão da Câmara Municipal com todos os animais da ONG para acelerar o projeto de liberação de verbas", escreve.

MEMÓRIAS

O JJ fez um post perguntando sobre as memórias no zoológico e muitas pessoas comentaram sobre o tempo em que frequentavam o espaço. Uma das pessoas a lembrar do Vale dos Guaribas é Rose Ghisi, que levava os filhos ao zoológico. "Frequentei o zoológico em 1989. Meus filhos eram pequenos e adoravam passear lá. Meu filho gostava de ter porquinhos da índia e, como meu quintal era pequeno, quando os porquinhos cresciam dávamos para o Hélio Lunardi. Muitas saudades ficaram daqueles passeios. Me lembro da pantera negra, das cobras, nos divertíamos bastante."

Há quem tenha memórias não tão boas também, como Ana Laura Hermann. "Lembro de um dia que estavam deixando as crianças passarem a mão em uma cobra enorme. A cobra tinha a boca amarrada com um esparadrapo. Me marcou muito. A ideia de que animais não são entretenimento nunca fez tanto sentido pra mim quanto nesse dia", escreve.

FOTO: José Macan, 1981 / Acervo professor Maurício Ferreira
FOTO: José Macan, 1981 / Acervo professor Maurício Ferreira
FOTO: José Macan, 1983 / Acervo professor Maurício Ferreira
FOTO: José Macan, 1983 / Acervo professor Maurício Ferreira
FOTO: José Macan, 1983 / Acervo professor Maurício Ferreira
FOTO: José Macan, 1983 / Acervo professor Maurício Ferreira
FOTO: José Macan, 1989 / Acervo professor Maurício Ferreira
FOTO: José Macan, 1989 / Acervo professor Maurício Ferreira
FOTO: José Macan, 1984 / Acervo professor Maurício Ferreira
FOTO: José Macan, 1984 / Acervo professor Maurício Ferreira
FOTO: Mário Vassalo, 1986 / Acervo professor Maurício Ferreira
FOTO: Mário Vassalo, 1986 / Acervo professor Maurício Ferreira
Local atualmente onde havia a entrada para o zoológico
Local atualmente onde havia a entrada para o zoológico

Comentários

1 Comentários

  • Juliana Morasco 26/05/2024
    Na realidade a ong do qual o Sr. Hélio tinha ficava na Avenida Maria negrine negro, no bairro da Toca e não na Roseira. Na época ele morava como caseiro da escola Duílio Maziero, e utilizava da antiga escola Municipal para ter seus animais.