OPINIÃO

Tributo ao Instituto Braille


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"Certa vez um homem tendo visto várias estrelas caídas na praia tentava recolocá-las ao mar para que voltassem ao céu e, então, alguém disse: você não vê que são milhares e não poderá salvá-las todas? Ao que o homem respondeu: todas não, mas para aquelas que salvarmos faremos a diferença. Que o Rotary siga reunindo amigos para abraçar, aproximar, construir e reconstruir uma vida melhor para as pessoas."

Foi assim que o Rotary Clube de Jundiaé Leste, através da gestão do saudoso presidente Raffaele Ranalli, coordenou a construção da nova sede do Instituto Luiz Braille em Jundiaí, que se tornou referência em todo o Brasil, na assistência e tratamento para deficientes visuais. Hoje o Instituto ocupa quatro imóveis, realizando procedimentos ambulatórios e cirúrgicos, nas diversas especialidades da oftalmologia, atendimento pelo SUS, totalmente gratuito.

Confesso que lá estive e, no entanto, fiquei perplexo. Longe de muitas instituições governamentais destinadas a fins semelhantes e até grandes hospitais privados, com planos de saúde à beira da morte e tempo ansioso de espera para ser atendido, o modelo colocado em prática pelo Instituto deve ser exemplo ao bom atendimento. São cerca de 300 atendimentos por dia, 300 cirurgias por mês e mais de 150 pessoas na reabilitação visual. Apesar de toda essa gente, nenhuma confusão. Ambiente de respeito mútuo e convivência civilizada. Não fosse tanta gente humilde, necessitada, negros, brancos, mulatos de inúmeras tonalidades, maioria de idosos de passos lentos, um observador desavisado julgaria não se tratar de um atendimento gratuito. A relevância do papel comunitário do Instituto está no número de pacientes que buscam diariamente seus serviços médicos.

Os funcionários trabalham com empenho e atendimento público com uma cortesia incomparável, com cuidados com tanto esmero e outros cuidados de saúde. Jundiaí e Região contam com o privilégio de um Instituto Braille, aberto à população cuja vida foi menos generosa. O Rotary Club de Jundiaí Leste conhece profundamente a realidade das necessidades e dificuldades que o Instituto ainda tem e continua com abnegação e campanhas de suporte para cada vez mais dignificar o ser humano necessitado.

Que o modelo colocado em prática pelo Instituto Luiz Braile de Jundiaí sirva de exemplo para outras instituições interessadas em retribuir à sociedade uma fração de bem que usufruem. Quero agradecer ao Instituto a alegria que senti ao ser tão bem atendido como cidadão comum. A toda sua diretoria, em nome de seu presidente, a professora Toyomi Kamura e de sua diretora de Divulgação e Promoção Nailor Trevisan Gropelo, a toda diretoria do Rotary Club Jundiaí Leste em nome de seu presidente Marcelo Campos Da Silva Velho e pela colaboração deste artigo do meu amigo, rotariano de fé, Claudio Garcia Gomes. Dedico a coluna a este Instituto admirável, que indica ao país um caminho a ser seguido na prestação de serviços comunitários da missão do Braille, a inclusão social do deficiente visual, como profissional e chefe de família. Sigamos em frente.

Guaraci Alvarenga é advogado (guaraci.alvarenga@yahoo.com.br)

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