OPINIÃO

Espiritualidade

29/02/2024 | Tempo de leitura: 3 min

Uma amiga me falou sobre o quanto falta espiritualidade na vida dos adolescentes e jovens de hoje. Diante dessa realidade, caem facilmente nos apelos do mundo, que "prestam culto" à beleza, ao corpo perfeito, às vestimentas de marca, às fumaças que anestesiam...

Agradeço sempre aos meus pais por terem me apresentado a fé, por agirem de acordo com sua crença. Manifestaram-me a fé e muito me incentivaram que a seguisse. Professo-a na Igreja Católica Apostólica Romana. Isso não quer dizer que o desenvolvimento da espiritualidade inexista em outras crenças.

Os limites que tive, a partir da infância, basearam-se na convicção de meus pais. Quando falava ou fazia algo errado, me diziam que Deus se entristecia. Tinha consciência de que Deus é sempre bom e por isso não queria magoá-Lo. Carrego isso comigo até agora, embora reconheça minhas fragilidades e misérias. Nosso pai era o homem da reconciliação. Chegava em casa, contando que brigara com alguma amiga. Ouvia com seriedade. No dia seguinte me falava: "Agora é tempo de reconciliação." E acontecia. Minha mãe era mulher de muitas preces.

O caminho mais forte de minha espiritualidade veio da vida monástica, tanto das carmelitas descalças como dos beneditinos. Influência materna e paterna.  Ensinou-me a rezar e à contemplação.

Semana passada, o Padre Márcio Felipe de Souza Alves, primeiro entrevistado do PODCAST 7TALHAS – aliás uma entrevista fantástica -, os entrevistadores também são do conhecimento e da profundidade, falando sobre sua vocação ao sacerdócio, disse que é necessário ficar atento aos sinais.

Penso que a falta de noção sobre a espiritualidade dificulta muito a enfrentar as dores e os obstáculos que toda vida tem e, de certa forma, diminui a ponte em direção ao próximo que se encontra caído nas periferias do mundo.

Noto o quanto é importante para as crianças, que frequentam a missa das dez horas no Santuário Diocesano Santa Rita de Cássia, estarem próximas e ouvirem o Padre Márcio Felipe. São palavras para a vida inteira.

Domingo passado, a missa foi presidida por nosso Bispo Dom Arnaldo Carvalheiro Neto para posse do Vigário Paroquial, Padre Bruno Mussolini. Possui o Bispo maneira muito especial de se dirigir às crianças. Encantou-me. O Evangelho foi sobre a Transfiguração de Jesus. Contou-nos sobre Santa Brígida (453-524) da Irlanda. Religiosa católica, fundadora de diversos conventos. Disse-nos que era tão forte o seu amor por Jesus, que ela iluminava os lugares escuros com as chamas de seu coração e ajudava os pobres. Convidou-nos a sermos assim, com um coração incendiado pelo Senhor, que ajude a clarear o caminho das pessoas.

Na missa da Quarta-feira de Cinzas, o Papa Francisco encerrou sua homilia citando São Francisco de Assis, que se despojou dos revestimentos mundanos e se voltou ao essencial. "Reconheçamo-nos pelo que somos: pó amado por Deus, chamado a ser pó apaixonado por Deus. Graças a Ele, renasceremos das cinzas do pecado para a vida nova em Jesus Cristo e no Espírito Santo".

Todas as colocações são exemplo de escalada na espiritualidade.

O questionamento do Papa: "E nós, irmãos e irmãs, de que realidade precisamos nos despir para acolher a vontade de Deus na nossa vida?", sem dúvida para chegar mais perto do Céu.

Maria Cristina Castilho de Andrade é professora e cronista (criscast@terra.com.br)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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