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De Jundiaí para série 'DNA do Crime', da Netflix

Produtor musical, Adalberto Fernando estreia na Netflix atuando em série que está bombando no Brasil, chegando ao 1º lugar

Por LETÍCIA MALATESTA | 26/11/2023 | Tempo de leitura: 3 min

Arquivo pessoal

Foi a primeira vez de Adalberto no mundo da atuação
Foi a primeira vez de Adalberto no mundo da atuação

Adalberto Fernando de Lima está envolvido em produção de eventos desde seus 14 anos, juntamente com amigos, em sua cidade natal, Juíz de Fora. Ele teve influência de sua mãe, Ana Lima, que também atuava no ramo, e de seu padrinho Adalberto Lima, que trabalhava em escola de samba. Ao se mudar para Jundiaí, há 16 anos, conheceu os organizadores das baladas blacks da cidade. Ao ter contato com a Produção 288, um grupo de rap da cidade de Jundiaí, composto por Festa, Kadinho, p10 e Jr SJay, oportunidades foram surgindo.

"A partir do momento que eu tive contato com o 288 em Jundiaí, as coisas foram acontecendo, porque os meninos já faziam muitos eventos e eu fui aprendendo, no dia a dia", comenta Adalberto.

Em 2014 ele relata que foi convidado por niLL, fundador do Sound Food Gang, a participar do grupo como produtor e foi assim que decidiu estudar sobre eventos na Fatec, permanecendo no grupo até os dias de hoje.

Entre uma oportunidade e outra, Adalberto já atuou no ramo da música ajudando a fazer planejamento de carreira de um artista, fazendo conexões entre artistas, em produtoras grandes, dentre outros. E, em meio a tantas atividades, ele fez um teste para trabalhar como ator em uma série da Netflix, hoje em primeiro lugar na plataforma em território nacional, "DNA do Crime".

"O responsável do teste estava envolvido com uma pessoa que eu já havia trabalhado e me perguntou se eu queria participar. Eu achei que fosse brincadeira. A gente que é de família humilde, essas coisas parecem tão distantes e eu confesso, fiquei apreensivo, o pessoal foi lá para conversar com artistas e o responsável olhou pra mim e falou: 'e aí vamos fazer o teste?' Foram um, dois, três, cinco testes e no quinto eles me chamaram. Na hora eu fiquei desacreditado. Uma semana antes disso eu era mais um cliente da Netflix, assistindo série na minha casa."

Foi o primeiro trabalho de Adalberto com atuação, mas ele possui suas referências há muito tempo. "Quando eu era mais jovem, meu tio e padrinho sempre andou nesse meio da arte, escola de samba, com pessoal do teatro, ele sempre teve facilidade com isso, então, para mim, por mais que era muito distante, eu sempre estive próximo dessa questão de arte. Às vezes, em alguns eventos que eu vou como produtor, o pessoal me dá o microfone porque acha que eu sou artista", comenta.

No set

"Eu não tinha experiência e a maioria das pessoas também não tinha, ficamos 15 dias em São Paulo, com as pessoas que já eram atores, em uma dinâmica onde eles explicavam pra gente essa rotina de backstage do cinema… Meu personagem se chama 'Gordinho', ele não é criminoso profissional, não tem um ritmo de assalto, mas ele anda com as pessoas que praticam e, através dessa relação, chega um momento em que se envolve e tem um problema, que é a dependência química. Ele sempre é muito julgado por isso, ele é uma pessoa bem rebaixado, mas as pessoas reconhecem nele uma inteligência, uma perspicácia para participar de um assalto grande e aí ele vai para esse assalto e tenta 'dar o balão' nas pessoas".

Ao ler o roteiro, o ator ficou incomodado. "Eu fiquei meio assim por conta do preconceito da rua, as pessoas iam falar 'você é o cara que meteu o louco', eu tive uma conversa com o Heitor [Heitor Dhalia, diretor da série] sobre isso e ele falou 'a decisão é sua'. Ele respondeu que era como um desafio e eu aceitei isso como um desafio."

1 COMENTÁRIOS

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  • Eloiza
    26/11/2023
    Que orgulho ???????? Saber que eu começo ele pessoalmente faz eu sentir que sou privilegiada