Vivemos um tempo em que muitas pessoas não encontram referências que possam lhes oferecer segurança e vontade de se espelhar. Há poucos líderes autênticos nos dias de hoje, gente capaz de dizer "não" a si mesma, de se sacrificar em favor do outro.

Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, ainda adolescente, teve o discernimento sobre em Quem colocar a sua confiança e como agir diante de sua escolha, desde o nome escolhido como religiosa. Como escreve o Santo Padre, a respeito de seu nome: "...põe-se em evidência Jesus: o 'Menino' que manifesta o mistério da Encarnação, e a 'Santa Face', isto é, o rosto de Cristo que Se dá até ao fim na Cruz".

Sua missão em ser, na Igreja, o amor, viveu-a intensamente no Carmelo de Liseaux, chegando além dele através de cartas e preces. E ainda mais como ela disse: "Eu desejarei no Céu o mesmo que na terra: amar Jesus e fazê-Lo amar".

Seu caminho está no livro "História de uma alma", citado pelo Papa Francisco: "Posso, apesar da minha pequenez, aspirar à santidade. Fazer-me crescer a mim mesma é impossível; tenho de suportar-me tal como sou, com todas as minhas imperfeições. Mas quero procurar a maneira de ir para o Céu. (...) O ascensor que me há de elevar até ao Céu são os vosso braços, ó Jesus". Caminho da santidade, reconhecendo sua pequenez e, como Jesus é bom, levando-a em seus braços.

Seu posicionamento é contrário ao mundo em que vivemos, no qual inúmeras pessoas não admitem reconhecer seus limites e se vestem de ego inflado. Aspirar à santidade e estar em comunhão com Deus, para isso é preciso atenção na possibilidade de servir ao próximo, além de se ver em suas misérias.

Confiou de modo pleno na misericórdia infinita de Deus e como coloca o Papa: "De modo extraordinário, penetrou nas profundezas da misericórdia divina e, de lá, retirou a luz da sua ilimitada esperança. (...)Teresinha é testemunha da vitória definitiva de Jesus sobre todas as forças do mal, através de sua paixão, morte e ressurreição. (...) Teresa vive a caridade na pequenez, nas coisas mais simples da existência de cada dia, e fá-lo em companhia da Virgem Maria, aprendendo d'Ela que 'amar é tudo dar, e dar-se a si mesmo'".

Diz-nos, ainda, o Santo Padre sobre a atualidade de Santa Teresinha que nos convida a fazer da vida um dom; testemunha a radicalidade evangélica; faz-nos descobrir o valor do amor; aponta-nos uma nova forma de poder: a via da pequenez; ensina-nos a beleza do cuidado, do ocupar-se com o outro; ensina-nos a redescobrir a simplicidade. E conclui: "...Teresa está mais viva do que nunca no meio da Igreja em caminho, no coração do povo de Deus (...) O sinal mais belo da sua vitalidade espiritual são as inúmeras 'rosas' que vai espalhando, isto é, as graças que Deus no concede pela sua intercessão cheia de amor, para nos sustentar no percurso da vida".

Quem põe a confiança em Jesus e O segue, experimenta desde já a Eternidade.

Maria Cristina Castilho de Andrade é professora e cronista (criscast@terra.com.br)