Estamos em setembro. Mas os ecos do mês anterior ainda ressoam. E resolvi aqui escrever um pouco sobre esse "buraco negro" no ano nosso de cada vida.
Vamos à história. Minha parte favorita.
O nome "agosto" deriva de "Augustus" em latim, que significa "do Augusto" ou "pertencente a Augusto." Augustus era o título dado a César Otaviano, sobrinho de Júlio César e o primeiro imperador romano, que governou de 27 a.C. a 14 d.C. O mês de agosto foi originalmente chamado de "Sextilis," pois era o sexto mês do calendário romano original, que começava em março. No entanto, em 8 a.C, o mês foi renomeado em honra a Augusto, que havia sido um líder importante na expansão e estabilização do Império Romano.
Além dessa mudança de nome, agosto é conhecido por várias datas e eventos históricos significativos que ocorreram ao longo dos séculos:
Em 19 de julho de 64 d.C., um grande incêndio começou em Roma e durou vários dias, destruindo uma grande parte da cidade. Embora tenha começado em julho, o incêndio teve um impacto significativo na história de agosto, pois o imperador Nero supostamente culpou os cristãos pelo incêndio e lançou perseguições religiosas contra eles.
Em 29 de maio de 1453, a cidade de Constantinopla, capital do Império Bizantino, caiu nas mãos do Império Otomano, liderado pelo sultão Maomé II. Isso marcou o fim do Império Bizantino e o início de uma nova era na história da Europa e do Oriente Médio. Embora não tenha ocorrido em agosto, esse evento é frequentemente associado à história daquele mês.
Em 28 de julho de 1914, a Áustria-Hungria declarou guerra à Sérvia, marcando o início dos eventos que levariam à Primeira Guerra Mundial. A guerra começou a se intensificar em agosto de 1914, à medida que outras nações europeias se envolveram no conflito, tornando agosto um mês crítico para o início da guerra.
Em agosto de 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos lançaram bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima (em 6 de agosto) e Nagasaki (em 9 de agosto). Esses eventos tiveram um impacto devastador e marcaram o início do fim da guerra.
Em 24 de agosto de 1954, Getúlio Vargas, então presidente da república brasileira, se mata, causando uma comoção nacional impressionante.
Além desses eventos históricos, agosto é notável por seu papel em várias culturas como um mês de férias de verão e celebrações. Em muitos países, agosto é um momento para desfrutar do clima quente e fazer viagens antes do fim do verão. Também é conhecido por ser um mês de aniversário para muitas pessoas famosas ao redor do mundo.
Para nós, brasileiros, é tradição tratar esse mês como algo interminável, que se arrasta e nos coloca com a corda no pescoço. A expressão "agosto, o mês que não termina" é um ditado popular no Brasil que se refere à sensação de que o mês de agosto parece durar mais do que os outros meses do ano. Obviamente isso não tem base científica ou factual, mas é usada de forma figurativa para descrever a percepção subjetiva das pessoas sobre a duração deste mês interminável (aparentemente).
A ideia por trás desse ditado é que agosto, por ser um mês que geralmente marca o final do inverno e a transição para a primavera ou o verão, pode parecer longo devido à ansiedade das pessoas pelo fim do inverno e a espera pela chegada de dias mais quentes e ensolarados (apesar do calor terrível que tem feito). Além disso, em muitas regiões, agosto é um mês em que não há feriados nacionais ou datas comemorativas significativas (só nosso 15 de agosto), o que pode contribuir para a sensação de mês sem fim
Enfim... depois de tanta história, de tantas divagações, demos adeus a esse agosto de 2023 e, com a graça de Deus já estamos quase na metade de setembro, que começou com um bom feriado prolongado e já nos traz (alguma) tranquilidade. Mais um pouco estaremos em 2024.
Seja bem-vindo, fim de ano. Seja gentil conosco.
Samuel Vidilli é cientista social (svidilli@gmail.com)