A cada 40 segundos uma pessoa se suicida no mundo de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Dados preocupantes também mostram que o suicídio representa a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.
O que leva milhões de pessoas, de diferentes faixas etárias e condições sociais a tentarem ou cometerem o suicídio? São várias as causas, todas indicativas do desconhecimento de como funcionam a Justiça e a Misericórdia Divinas. Materialismo severo, solidão, depressão, enfermidades incuráveis, violência, maus-tratos, abusos de todo tipo, pobreza extrema, fanatismo religioso, negligência e abandono familiar, perdas afetivas, alcoolismo, drogadição, distúrbios mentais, desesperança, obsessão de Espíritos etc. Mas os maiores incitantes ao suicídio são a incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro e as ideias materialistas.
Dentre as formas de prevenção, a religião é um fator protetor diante da mente suicida, fato já comprovado em vários estudos científicos. Allan Kardec nos ensina: "A calma e a resignação adquiridas na maneira de considerar a vida terrestre e a confiança no futuro dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio".
A Doutrina Espírita nos mostra vários motivos para contrapor à ideia do suicídio: a certeza de uma vida futura, na qual se sabe que será tanto mais feliz quanto mais infeliz e mais resignado haja sido na Terra; a certeza de que, abreviando a vida, chega a um resultado inteiramente oposto ao que se esperava; que se liberta de um mal para cair noutro ainda pior, mais longo e mais terrível; que se engana, ao se matar, que vai mais depressa para o céu; que o suicídio é um obstáculo à reunião, no outro mundo, com aqueles que foram objeto de suas afeições e aos quais esperava encontrar.
O suicídio não é o final do sofrimento para quem está na Terra e está longe de ser uma forma de libertação. Engana-se o suicida que imagina que a autodestruição acabará com a dor e a angústia. É triste ilusão, porque somos seres imortais, e a vida continua, plena, além da morte do corpo físico.
Existe o suicídio direto ou intencional e o indireto. O intencional resulta de um ato consciente, há planejamento da morte, às vezes, com detalhes. O indireto resulta de hábitos e comportamentos viciosos que lesam a saúde física, psíquica ou ambas. Portanto, quando praticamos desregramentos e abusos que antecipam a nossa desencarnação, somos suicidas inconscientes.
O suicídio sempre produz sofrimentos no curto, médio ou longo prazo, em ambos os planos da vida: o espiritual e o físico. Para todos os nossos atos existe uma consequência dentro dos princípios da Lei de Causa e Efeito. Toda vez que antecipamos o desencarne de outrem ou nosso, tanto de forma direta ou indireta, como por assassinato, aborto, eutanásia, suicídio etc; adquirimos um débito enorme perante a consciência cósmica e em algum momento de nossas existências eternas, nos sentiremos obrigados a corrigir essa escolha equivocada.
Eduardo Battel é médico urologista, expositor Espírita e Coordenador da Liga de Medicina e Espiritualidade da FMJ (ebattel@hotmail.com)