SOLIDARIEDADE

Policiais jundiaienses ajudaram na tragédia do Litoral Norte

Por Redação | Jornal de Jundiaí
| Tempo de leitura: 4 min
Arquivo pessoal
Brena Kumazawa
Brena Kumazawa

Na madrugada do dia 19 de fevereiro, fortes chuvas no Litoral Norte ocasionaram deslizamentos de terra, causando mortes e destruição. Segundo as autoridades locais, 65 pessoas morreram na tragédia.

E, quando ocorre esse tipo de situação, é comum as pessoas se solidarizarem com vítimas e enviarem doações ou oferecer serviços voluntários. Em Jundiaí não foi diferente já que, além das toneladas de suprimentos doados pelo Fundo Social, alguns policiais militares jundiaienses estiveram na região para prestar apoio aos afetados.

Entre os dias 27 de fevereiro e 2 de março, a policial Brena Bolonhese Kumazawa, 29 anos, esteve no local para prestar apoio e comentou um pouco sobre a triste situação que o local se encontrava. "Quando chegamos lá, nos deparamos com uma situação bem triste. Estava chovendo muito ainda. As pessoas estavam em uma situação precária, muita lama, destruição e famílias desabrigadas", comentou.

Sobre os serviços prestados, ela comentou que o objetivo era oferecer segurança aos moradores, já que as casas evacuadas estavam sendo saqueadas. "A nossa missão era levar segurança para essas famílias, pois as casas estavam sendo saqueadas devido à interdição e à desocupação da área pela Defesa Civil, já que ainda existia risco de deslizamento. A missão da Polícia Militar foi oferecer segurança aos cidadãos e ser um canal direto à população atingida com doações que recebemos nos nossos batalhões, além de realizar visitas diariamente às vítimas que estavam abrigadas nas pousadas", destacou.

Brena ficou no local entre os dias mais críticos da tragédia, em um momento em que os corpos ainda estavam sendo localizados. "Participei de duas fases durante esses dias. A primeira foi crítica, pois a chuva não tinha cessado e, segundo informações da Defesa Civil, poderia existir corpos não localizados ainda, fazendo com que a equipe do Corpo de Bombeiros continuasse as buscas. Em determinado momento eles acabaram ficando ilhados devido a um deslizamento, sendo resgatados pelo Águia. Foi um momento de tensão em que mantivemos pensamento positivo para que nossos irmãos de fardas fossem resgatados sem nenhuma lesão."

Brena diz que foi um momento para rever muitas coisas em sua vida. "Foi algo que me marcou e me fez rever muitas coisas. A cada turno de serviço que andávamos no meio dos destroços, lama e no meio do que restou, é como se eu revivesse o que aquelas pessoas viveram, era possível sentir a dor delas. Aquelas pessoas não haviam perdido só bens materiais; elas perderam mais que isso, perderam familiares, filhos e amigos."

COMOÇÃO

Policiais civis de Jundiaí, com apoio do Departamento de Polícia do Interior (Deinter - 2), de Campinas, também foram ao litoral para ajudar as vítimas. De acordo com o investigador Samuel Mota, do 6º DP, foram arrecadados e doados cerca de 3 toneladas de alimentos, para vítimas de três locais: Tribo Indígena Aldeia Rio Silveira; e Casa da Luanda e Casa da Barbara, responsáveis pela distribuição a famílias necessitadas. "Foi uma sensação inarrável, pois você está em um lugar com poucos recursos e, nesse caso, foi algo jamais visto naquela região. Então a gente se comove com as pessoas, com as famílias, com suas histórias. Durante a ação, escutamos, conhecemos e aprendemos", disse Mota, que esteve no local por duas vezes. "Na primeira, junto com o Denarc de SP, em fevereiro, apesar da sensação de tristeza, tive a felicidade ao ver as pessoas que se uniram, que nos receberam, que pegaram as doações e se emocionaram. Aí, no dia seguinte, já em Jundiaí, conversei com a Alessandra Prandi (policial) e decidimos fazer uma ação partindo da nossa região. Logo iniciamos as arrecadações com amigos e diversas outras pessoas de coração nobre, e arrecadamos 3 toneladas de alimentos. Foi um número grande de pessoas ajudadas graças a tantas outras que se disponibilizaram em colaborar, em doar, em contribuir. E fica aqui o agradecimento a todos", disse ele.

O policial Samuel se despede do cacique da tribo, depois de deixar as doações

Entre os participantes e colaboradores da Polícia Civil de Campinas, estão: Fernando Manuel Bardi ( diretor do Deinter 2), chefe Ronaldo, José Carlos Fernandes (delegado do Deic), Kley (chefe do Deic); 1ª DIG de Campinas; delegado Antônio Dota Júnior, chefe Poli, investigadores Ricardo Lopes da Silva e Adriano Pereira Barros; e Alessandra Prandi, do 87º DP de São Paulo, além de Samuel Mota.

Samuel Mota
Samuel Mota

Comentários

1 Comentários

  • Raquel Corrêa 03/04/2023
    Parabéns pela inciativa de vocês, meu coração se enche de Orgulho em saber que tenho na região onde moro servidores como Samuel Mota e Brena Bolonhese Kumazawa, policiais que servem a nós aqui, mas que com o coração de Amor transbordam em outras regiões. Parabéns Senhores, continuem assim!!