BICICLETA

Plano prevê ampliar em 20 vezes rede cicloviária; ciclistas aguardam

Atualmente, Jundiaí tem 8,9 km de ciclovias e ciclofaixas, mas o Plano de Mobilidade Urbana prevê a implantação de cerca de 180 km

Por Nathália Sousa | 12/03/2023 | Tempo de leitura: 3 min
Jornal de Jundiaí

Jornal de Jundiaí

Ciclovias são utilizadas por muitas pessoas como opção de mobilidade urbana
Ciclovias são utilizadas por muitas pessoas como opção de mobilidade urbana

A ideia de cortar a cidade com ciclovias é antiga, mas ainda custa a sair do papel. E, mesmo que a topografia de Jundiaí não seja das melhores para quem usa este meio de transporte, há uma parcela significativa de ciclistas no município, seja os que pedalam por lazer ou realmente usam a bicicleta para se locomover. Atualmente, Jundiaí tem 8,9 quilômetros de rede cicloviária, entre ciclovias e ciclofaixas.

A curto, médio e longo prazo, porém, o Plano de Mobilidade Urbana de Jundiaí prevê a projeção e implantação de cerca de 180 quilômetros de rede cicloviária, para contemplar a população que utiliza a bicicleta como meio de locomoção para o trabalho, a escola, serviços de saúde, terminais de ônibus, entre outros equipamentos públicos, bem como frequentadores dos parques. A ampliação prevista da rede é de mais de 20 vezes.

Os dados são da Unidade de Gestão de Mobilidade e Transporte (UGMT), que também informa que neste ano estão sendo finalizadas as intervenções da ciclofaixa da rua Lacerda Franco, e entre a avenida Olavo Guimarães e a rua Barão do Rio Branco, com conexão ao terminal Vila Arens. Também está em andamento a obra que compõe um trecho de ciclovia/ciclofaixa/ciclorrota na avenida Navarro de Andrade. Além disso, a médio prazo, a prefeitura tem a estimativa de executar o prolongamento da ciclovia da avenida Antonio Frederico Ozanam, no trecho entre a avenida Nove de Julho e a rodovia João Cereser.

USO

Uma das ciclovias, no viaduto do Córrego das Valquírias, com continuação na avenida Jacyro Martinasso, é utilizada pelo estagiário de engenharia Nicolas Pazotto, no trajeto que faz de casa até a academia.

"O meu uso da bicicleta é mais para vir para a academia. Ia às vezes para o Jardim Botânico também. Uso este trecho da ciclovia do viaduto das Valquírias, mas o resto do caminho, quando sai na avenida [Osmundo dos Santos Pellegrini], vou pela calçada. Acho que precisa ser sensato, tem gente que sobe o viaduto fora da ciclovia", conta.

Auxiliar de serviços gerais, Claudinei da Silva usa a bicicleta diariamente como meio de transporte para ir trabalhar. "Eu uso para ir para o trabalho, pedalo todo dia, de segunda a sábado. Não tem ciclovia no trecho em que ando, que é ao lado da Anhanguera até a Vila Rami, vou pela calçada, que é boa, então considero praticamente uma ciclovia."

Para Claudinei, é bom quando o espaço para pedalar é adequado. "Vim pela avenida [Jacyro Martinasso] e tem um pedaço com uma ciclovia muito boa. Para mim, falta ciclovia na Nove de Julho. Sempre andava por lá e precisaria ter", lembra.

NECESSIDADE

Coordenadora administrativa, Lidiane Ribeiro da Silva faz parte do grupo Pedala Jundiaí, que elabora o Observatório da Bike Jundiaí, com dados sobre a estrutura cicloviária do município e sobre o trânsito. Lidiane acha que há certa hostilidade com ciclistas no trânsito do município, o que desencoraja algumas pessoas a usarem a bicicleta, mas a estrutura poderia mudar isso.

"Para mim, o principal motivo para não haver mais ciclistas é a falta de ciclovias e ciclofaixas. Quando não tem um espaço seguro e adequado, não tem estímulo. Em regiões de praia, por exemplo, que têm mais ciclovias e estímulo ao uso da bicicleta, as pessoas transitam mais. Se tiver mais ciclovias, as pessoas vão se sentir mais seguras e vai aumentar a quantidade de gente que usa a bicicleta para transporte", diz ela.

Segundo Lidiane, a pandemia acabou sendo um estímulo para o uso da bicicleta e esse uso poderia ter continuidade. "Durante a pandemia houve maior adesão, inclusive, eu comecei a usar a bicicleta como meio de transporte na pandemia. Participo dos clubes do pedal e houve esse aumento de ciclistas, mas alguns motoristas não gostam, falam que a gente tem que ir pra calçada, tem assédio com as mulheres. O motorista em Jundiaí não vê com bons olhos", conta ela sobre o ambiente e até diz evitar pedalar em horários de pico, que costumam ser ainda mais perigosos.

2 COMENTÁRIOS

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  • Carlos Augusto
    13/03/2023
    Eu sempre uso a ciclovia que leva ao Eloy Chaves para a prática de esportes. Quando acaba eu corro perigo com os carros. Se houvesse mais ciclovias com certeza muitas pessoas deixariam o carro em casa para ir ao trabalho, mercado, etc.
  • Kelly Eliana
    12/03/2023
    São trechos de ciclovias , que não liga a nada, nove de julho um trecho que começa e termina, como chegamos a ela de bike e como finalizar o pedal de bike se ela começa e termina no nada, ferroviária uma pintura no chão toda desbotada se cuidado e segurança para o ciclista, e não leva a nada, vila arens, um trecho pintado lindo pra chamar atenção de quem como uma criança chega lá de bike, não liga a nada não tem segurança, sei que só aumenta o número de pessoas que morre em cima da bicicleta, não temos segurança, respeito, não temos espaço numa cidade que pode ter mobilidade com esse meio de transporte a bicicleta