O problema é que por não conseguir estes resultados imediatos, o sobrepeso, a obesidade, o excesso de gordura, traz consequências não só estéticas na vida das mulheres, mas também psicológicas, sociais e principalmente na qualidade de vida e saúde das mulheres em geral.

No Brasil e no mundo, o aumento de peso vem sendo cada vez maior nos últimos anos tanto em homens quanto em mulheres. Metade das mulheres adultas no Brasil apresentam excesso de peso. A obesidade aumentou 60% no Brasil nos últimos anos.

Esta busca pelo corpo perfeito e pelo emagrecimento traz muitas consequências psicológicas nas mulheres, como depressão, diminuição da auto-estima e auto-conceito e também consequências sociais, como isolamento por vergonha do próprio corpo.

A fisiologia da mulher predispõe um aumento na concentração da gordura no quadril e coxas, ou seja, um aumento de gordura periférica que se dá por conta da quantidade de um hormônio feminino, o estrogênio, que tem receptores no tecido adiposo do quadril, glúteos e coxas durante a fase que as mulheres menstruam, também no abdômen após a menopausa. Portanto, essa estimulação do estrogênio aumenta a lipogênese das mulheres (ganho de gordura).

O problema é que o aumento de gordura corporal não é nem um pouco saudável, pelo contrário, levando a um aumento de problemas como ovários polícisticos, hipertensão, câncer de mama, câncer de útero, diabetes e doenças cardiovasculares e cardiometabolicas.

Mas por que isso tudo acontece? Nós sabemos que as mulheres tem multi tarefas ao longo do dia e isso tudo leva a fisiologia da mulher, já em desvantagem aos homens por questões hormonais, a consequências neuroendócrinas graves. Na maioria dos casos, as mulheres acumulam mais tarefas que os homens, trabalham em horário comercial, antes do horário comercial e também após, cuidam dos filhos, maridos, dos pais, dos amimais, menos delas mesmas! A modernidade sobrecarregou absurdamente as mulheres.

O estresse aliado a uma bagunça hormonal faz com que a sensação de fome aumente, por sobrevivência. A diminuição de um hormônio chamado leptina com o aumento de outro chamado ghrelina, mais precisamente. Com a ingestão calórica aumentada assim como eventos estressantes e sobrecarga de atividades, os hormônios do estresse também aumentam, como cortisol, aumentando a gordura e também o risco de doenças cardiovasculares como hipertensão, gerando também resistência à insulina, o que pode culminar em diabetes, aumentando a adiposidade corporal. Isso tudo gera ainda mais estresse, problemas no sono, mal-estar físico, mental e emocional.

O caminho para equilibrar essa bagunça metabólica , hormonal e cardiorrespiratória que veio através do aumento do peso é a atividade física. Mulheres precisam incorporar exercícios diários, boa alimentação, divisão de tarefas, para se sentirem bem e quanto mais sedentárias, mais problemas à vista! Muita saúde a todos.

Liciana Rossi é educadora física (licianapradorossi@gmail.com)