PAVIMENTAÇÃO

Paralelepípedo une charme, história e respeito à natureza

Por Rafaela Silva Ferreira | Jornal de Jundiaí
| Tempo de leitura: 3 min
DANIEL TEGON POLLI
Maria Roque Pereira, de 75 anos, mora desde 1982 em uma rua com pavimentação de paralelepípedos
Maria Roque Pereira, de 75 anos, mora desde 1982 em uma rua com pavimentação de paralelepípedos

Até as décadas de 1970/80, a maior parte das vias ou ruas das cidades brasileiras era pavimentada com paralelepípedos. Na década de 1990, as estradas foram gradualmente substituídas por pavimentação asfáltica e o padrão se estendeu também às ruas. Os motivos incluíamm, entre outros, disponibilidade do produto no mercado, custo dos materiais asfálticos, com valores mais acessíveis. Apesar de ser visto como algo em desuso, antiguado, muitos jundiaienses ainda preferem esse tipo de pavimentação.

Em Jundiaí, a Unidade de Gestão de Infraestrutura e Serviços Públicos (UGISP) informa que ainda existem cerca de dez quilômetros (5%) de vias com calçamento em paralelepípedo. Este tipo de aplicação tem indicações específicas e é preservado desde que garanta a trafegabilidade, a caminhabilidade e a segurança para os usuários.

Maria Roque Pereira, de 75 anos, é aposentada e moradora da rua Goar Lorencini há 41 anos. Desde que vive lá, a pavimentação da rua é de paralelepípedo. "Não tenho nada do que reclamar. Tenho meu jardim ali do outro lado da rua e cuido todos os dias dele. A única coisa é que, com o passar dos anos, vamos ficando mais frágeis, então as pedras machucam um pouco meu pé, mesmo com chinelo. Mas não trocaria o paralelepípedo pelo asfalto", afirma convicta.

A aposentada Célia Regina Testa, de 63 anos, também mora na rua Goar Lorencini há mais de quatro décadas e defende seu apreço pela pavimentação. "Não vejo nenhum problema muito grave. O único aborrecimento que posso citar é o crescimento de ervas daninhas no meio fio. Mas, fora isso, é muito tranquilo. Tem uma manutenção."

Célia ainda cita que esse tipo de pavimentação remete a momentos saudosos e históricos da cidade. "Antigamente, as ruas eram feitas com pedras naturais. Eu acho isso muito interessante," ela confessa.

O paralelepípedo é uma forma de pavimentação feita com pedras irregulares, que proporcionam boa aderência aos veículos.

Apesar dos benefícios que o paralelepípedo proporciona, existem alguns contras. A pavimentação pode ser mais barulhenta que o asfalto, pois o som das rodas dos veículos passando sobre as pedras é mais alto. Além disso, os veículos podem sofrer mais desgastes. No entanto, a moradora também lembra que esse calçamento é mais sustentável para a natureza. "O paralelepípedo é feito com materiais naturais, como pedras, que são renováveis. Além disso, esse chão permite a drenagem da água, evitando a erosão e a poluição dos rios."

Já Rita (que preferiu não ter seu sobrenome divulgado), mora na rua Maestro Bovolenta, na parte alta, há 20 anos. A aposentada de 62 anos aponta alguns prós e contras. "O paralelepípedo é muito bom, pois a água encontra o lençol freático de forma mais rápida e isso evita enxurradas. Mas, devo citar que a manutenção não é muito prática. Vai ser preciso recortar pedreiras. Com o asfalto, esses feitos de reaproveitamento de pneus, também ter valor ecológico."

QUAL A MELHOR OPÇÃO?

Os paralelepípedos são uma opção de pavimentação tradicional e muito utilizada no Brasil, principalmente em cidades pequenas e médias, até pelo seu valor histórico e sentimental. Esta opção é muito durável e resistente. No entanto, a passagem de veículos pesados sobre ela pode provocar desgaste precoce. Além disso, os paralelepípedos são mais caros e exigem mais manutenção do que asfalto, pois são mais suscetíveis às intempéries.

O asfalto, por outro lado, é resistente ao desgaste, mais barato, e sua aplicação exige menos manutenção. No entanto, o asfalto é mais suscetível à erosão e ao desgaste devido à passagem de veículos pesados. Além disso, a sua aplicação exige a utilização de produtos químicos, que podem causar danos ao meio ambiente.

Comentários

1 Comentários

  • Noel Gomes de oliveira 05/02/2023
    Pra mim seria bem melhor se todas ruas e avenidas fossem de pedras,porque asfaltos,geram buracos,causando acidentes.