
Dois meses após a tragédia que matou 12 estudantes da Unifran (Universidade de Franca), todos moradores de São Joaquim da Barra, o laudo da perícia técnica ainda não foi liberado.
A tragédia aconteceu em 20 de fevereiro, quando um ônibus que levava os universitários de volta para casa, após um dia de aula em Franca, se envolveu em um grave acidente na vicinal Valdir Canevari, entre São José da Bela Vista e Nuporanga. No local, 12 pessoas morreram e outras 18 ficaram feridas — entre os sobreviventes estão o motorista do ônibus e o do caminhão envolvido na colisão.
O laudo pericial, ainda pendente, é peça fundamental para esclarecer as causas do acidente. "Todo o levantamento pericial no local, com imagens e croquis, integra o laudo", disse o delegado Clodoaldo Vieira, responsável pelo inquérito conduzido em Nuporanga.
Embora o inquérito policial tenha sido concluído, a ausência de laudo técnico elaborado por peritos especializados deixa dúvidas sobre os detalhes da colisão.
O documento pode trazer informações sobre a dinâmica do acidente, a partir de vistorias no local, exames nos veículos, imagens e análise de vestígios físicos (como marcas de frenagem, danos nos veículos e deformações na via), além dos dados dos tacógrafos.
Esta análise técnica poderá revelar a velocidade dos veículos, os ângulos de colisão, fatores determinantes do acidente e eventuais violações às normas de trânsito.
As informações do laudo também são aguardadas pelas famílias das vítimas. O documento servirá de base para ações judiciais e processos administrativos, podendo influenciar na responsabilização civil ou criminal dos envolvidos.
O documento será encaminhado ao Ministério Público. Caso surjam novos elementos, o inquérito poderá ser reaberto.
Ainda segundo o delegado, o laudo está sendo elaborado pelos peritos do Instituto de Criminalística de Ituverava, com apoio de um perito de Ribeirão Preto, que realizou um mapeamento 3D com drone para auxiliar na reconstituição do acidente.
Motorista do caminhão
O motorista Evandro Rogério Leite, de 51 anos, foi indiciado por 12 homicídios culposos, cometidos sem intenção de matar, agravados por omissão de socorro e afastamento do local do acidente, além de lesões corporais culposas aos passageiros sobreviventes feridos.
Ele foi preso em flagrante no dia do acidente e teve a prisão convertida em preventiva. No pedido de indiciamento, aceito pelo Ministério Público, a Justiça acatou o habeas corpus da defesa do motorista, e ele responde ao processo em liberdade. Solto, ele não pode sair do município onde reside e teve a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) suspensa.
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