Temporal causa estrago no litoral e abre cratera em São Vicente

As chuvas que atingiram o litoral de São Paulo, entre sexta-feira (18) e sábado (19), provocaram alagamentos, falta de energia e a abertura de uma cratera em São Vicente.
A Defesa Civil estadual já distribuiu mais de 1.500 itens de ajuda humanitária e mantém o Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC) em vigor até 30 de abril, com monitoramento contínuo nas áreas de risco.
No Guarujá, a precipitação acumulada chegou a 215 mm em 24 h no bairro Jardim Albamar, segundo dados do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) e do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
Os temporais foram causados pela passagem de uma frente fria e atingiram com mais intensidade cidades da Baixada Santista, como Santos, Guarujá e São Vicente.
No sábado, a cidade de Santos registrou 99,6 mm de chuva em apenas um dia, contribuindo para o volume acumulado de 279,6 mm em abril -um dos maiores do estado. Em diversos bairros, houve inundações, quedas de árvores, deslizamentos de terra e obras comprometidas.
Em São Vicente, uma cratera se abriu no cruzamento da avenida Marechal Deodoro com a Rua Pero Lopes de Souza, nas imediações do Edifício Solaris. A Defesa Civil e o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) realizaram uma vistoria técnica no local neste domingo (20), após o Corpo de Bombeiros concluir o bombeamento da água acumulada.
Segundo a prefeitura da cidade, desde cedo, equipes estão no local acompanhando a situação, incluindo representantes da Sabesp, CPFL e Defesa Civil do Estado, para investigar as causas do buraco próximo ao prédio. O Instituto de Pesquisas Ambientais também está presente, a pedido do Coronel Wendell e do Governador Tarcísio, a fim de apoiar na identificação do que provocou o problema estrutural.
O Prefeito de São Vicente, Kayo Amado, afirma que "não é o primeiro evento próximo a este edifício, mas, no momento, todas as análises dizem que não tem risco na estrutura predial e estamos aqui, acompanhando, monitorando e buscando reduzir os riscos a todos que moram no entorno".
Nas redes sociais -como Bluesky e X (antigo Twitter)-, moradores compartilharam relatos sobre os impactos do temporal. "As escolas ficaram abertas para abrigar moradores de áreas de deslizamento", contou uma usuária.
Ela também destacou o papel de perfis locais no Instagram, como o @guaruja.mil.grau, que repostou vídeos enviados pela população com cenas de ruas completamente alagadas, carros boiando e famílias tentando conter a enxurrada dentro de casa. Esses canais se tornaram referência informal para informações durante a emergência, atuando como ponto de apoio e comunicação entre os moradores.
A Prefeitura da cidade informa que acionou sirenes em áreas de risco e disponibilizou abrigos, enquanto deslizamentos em morros como o da Biquinha e Vila Baiana deixaram dezenas de desabrigados.
Equipes da Defesa Civil seguem vistoriando áreas críticas, e a população é orientada a evacuar imóveis em caso de sinais de risco, como rachaduras ou água barrenta em ralos. Ocorrências devem ser comunicadas aos números 193 (Bombeiros) e 199 (Defesa Civil). Até o momento, os desabrigados preferiram ficar com parentes em vez de usar os abrigos municipais.
Em Santos, foi relatado trânsito intenso e moradores que estacionaram veículos em áreas elevadas da cidade, na tentativa de protegê-los da água que invadia as vias.
A Prefeitura de Santos informa que a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) do município atuou com 14 viaturas para bloqueios e desvios em pontos críticos, como a Rua Pirajá da Silva, onde uma árvore caiu sobre fios de alta tensão. Não houve registro de vítimas até o momento.
Para entrar em contato com a Defesa Civil os telefones são 199 ou (13) 3208-1000, e é possível se cadastrar para alertas via SMS, enviando o CEP para 40199.
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