Samuel Gomide, 40 anos, casado, pai, eleito novo presidente do Sindserv (Sindicato dos Servidores Municipais de Franca), ainda digere a vitória com grande margem de diferença sobre a chapa da situação da instituição nas eleições concluídas nesta semana.

Servidor com mais de 20 anos de carreira, Samuel encabeçou a chapa de oposição e venceu por 914 contra 549 votos, quebrando uma hegemonia de 12 anos no sindicato, então comandado por um mesmo grupo.

Diplomático com as palavras, o motorista do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) disse que sua gestão, nos próximos quatro anos, será aberta ao diálogo, com os cerca de 5,6 mil servidores da Prefeitura de Franca tendo voz em sua administração. Samuel afirmou que já articulava com seu grupo a disputa nas eleições há praticamente um ano. “Há praticamente um ano a gente vem trabalhando junto aos servidores, e chegou esse momento da vitória do nosso grupo”, disse.

Ele assumirá a cadeira da presidência somente em maio, mas afirma que vai manter as conquistas que todos os presidentes do sindicato construíram, destacando o trabalho de Fernando Nascimento. “A ideia é manter o que tem de positivo e corrigir o que precisar, sobretudo na questão da luta por direitos dos servidores. Os trabalhadores podem esperar o que a gente vem falando desde o início, que é a união da categoria. Isso vai trazer o que a cidade pede, que é um serviço público de qualidade. E isso só vem quando o trabalhador é valorizado.”

O novo presidente da classe foi eleito em um momento em que a categoria está em estado de greve, podendo paralisar os serviços na cidade nesta segunda-feira, 7. “Os servidores são a voz na questão da greve. A gente precisa avaliar e entregar um direcionamento para os servidores, após a gente sentar-se, conversar com a base e às vezes até conversar novamente, voltar à roda de negociação com a prefeitura. Tudo precisa ser avaliado e decidido pelos servidores. Eu apenas represento-os, quem decide o futuro dos servidores são eles mesmos.”

Sobre a linha de administração que adotará, principalmente na questão da discussão de aumento salarial na época de dissídio da categoria, Samuel acredita que o processo tem que se iniciar com mais antecedência. “Esse processo tem que começar com antecedência, principalmente no momento da aprovação das Leis de Diretrizes Orçamentárias. Trabalhar já os números com uma comissão formada anteriormente para não ter esses atropelos, envolvendo o poder Legislativo”.