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Virose gastrointestinal: cuidados para quem vai à praia

Por Reinaldo Diniz/JP |
| Tempo de leitura: 3 min
Pixabay
Litoral sul paulista teve surto de virose gastrointestinal no começo do ano
Litoral sul paulista teve surto de virose gastrointestinal no começo do ano

Turistas que passaram as férias no litoral sul paulista nos últimos dias precisaram redobrar os cuidados devido ao surto de virose gastrointestinal, que lotou as unidades de saúde da região. No entanto, quem tem viagem agendada não precisa cancelar. Basta se prevenir e seguir as orientações do infectologista Leonardo Weissmann, do Instituto Emílio Ribas e do Hospital Regional de Itanhaém, consultado pelo Jornal de Piracicaba.

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Ele explicou que a infecção (chamada de gastroenterite) é causada por um vírus que afeta principalmente o sistema digestivo, causando inflamação no estômago e nos intestinos, levando a sintomas como diarreia, vômitos, dores abdominais e, em alguns casos, febre. “Esses sintomas têm início rápido, geralmente entre um e três dias. Na maioria dos casos, os sintomas duram de dois a três dias, mas isso pode variar dependendo da gravidade da infecção, do tipo de vírus envolvido e da condição de saúde da pessoa infectada”, explicou o infectologista, ao destacar que os vírus mais comuns são o rotavírus, o adenovírus, o astrovírus e o norovírus, transmitidos principalmente por via fecal-oral.

“Isso pode ocorrer através do consumo de alimentos ou água contaminados, contato direto com superfícies contaminadas ou contato próximo com uma pessoa infectada. Embora a transmissão principal seja fecal-oral, em casos raros o vírus pode ser transmitido pela saliva”, salientou.

Weissmann reforçou que a ocorrência das viroses não é necessariamente maior em altas temperaturas. “Pode variar dependendo da estação do ano. Por exemplo, o rotavírus é mais comum em climas frios, enquanto outros vírus, como o norovírus, podem ocorrer durante todo o ano. Em regiões tropicais, as infecções acontecem ao longo do ano, sem uma relação tão forte com a estação”, reforçou.

Infectologista reforça cuidados essenciais para evitar virose gastrointestinal(Foto: Divulgação)

Medidas de higiene pessoal e alimentar ajudam a prevenir
Lavar as mãos com água e sabão antes das refeições, após o banheiro e ao preparar alimentos é uma das formas mais eficazes de prevenir o vírus. “O álcool gel 70% é eficaz quando não há acesso à água e sabão, mas não substitui a lavagem das mãos em situações de sujeira visível”, lembrou. O especialista reforça a higiene alimentar é essencial para garantir o preparo e armazenamento adequados dos alimentos, evitando itens de alto risco, a exemplo das carnes e frutos do mar mal cozidos, leite e queijos não pasteurizados.

Beba água
A hidratação é fundamental no manejo das infecções gastrointestinais, já que a diarreia e os vômitos podem causar desidratação rapidamente. Para evitar complicações, Weissmann indica repor líquidos e sais minerais por meio de água, soro de reidratação oral, que pode ser encontrado em farmácias, água de coco ou chás claros. Em alguns casos, medicamentos para náuseas, vômitos ou dores podem ser indicados por um médico. Na avaliação do infectologista, antibióticos não são necessários, pois as viroses não são tratadas com eles.

Crianças e idosos têm maior risco de complicações
No caso das crianças, segundo Weissmann, o sistema imunológico ainda está em formação, o que as deixa mais vulneráveis a infecções graves. Por isso, ele recomenda a vacinação contra o rotavírus, que faz parte do calendário vacinal infantil e disponível gratuitamente no SUS (Sistema Único de Saúde), sendo administrada em duas doses (aos dois e quatro meses de idade).

Já para os idosos, o risco é maior devido a fatores como a presença de doenças crônicas, como diabetes ou problemas no coração, e as mudanças que acontecem no corpo com o envelhecimento. “Estudos mostram que, embora crianças e idosos sejam hospitalizados com frequência por gastroenterites, o risco de morte é maior entre os idosos”, explicou.

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