Assim como em 2002, o comandante a beira do gramado é Wantuil Rodrigues. “Em 2002 nós tínhamos uma vantagem que construímos no primeiro jogo. Fizemos 2 a 0 no Lanchão e acabamos perdendo lá (...) a vida proporciona a nós essa outra oportunidade de ter esse acesso”.

O treinador está em sua quarta passagem pela Feiticeira. “No último domingo contra o Barbarense eu completei 160 jogos dirigindo a Francana e acho que dificilmente outro treinador vai atingir esse número na Francana. Isso me orgulha muito, mas de nada terá valor se a gente não tiver um acesso”, completou.

Historicamente, a missão não é fácil. A última vez que a Francana conquistou um acesso de divisão foi em 1996. Após reestruturação feita pela FPF (Federação Paulista de Futebol), subiu da série A3 para A2 do Campeonato Paulista.

Desde que caiu, em 2015, a quarta divisão é o pesadelo do torcedor. Com exceção de duas temporadas que a diretoria do clube optou em não disputar, as demais foi buscando o acesso para a “terceirona”. A melhor participação foi no ano passado ao chegar até as quartas de final, onde terminou eliminado para o Catanduva, que subiu na ocasião.

Missão difícil, mas longe de ser impossível. “A oportunidade de subir com a Francana é única. Graças a Deus vamos ter mais uma chance de buscar esse tão sonhado acesso. Agora são 180 minutos de confronto e vamos ligados para esse primeiro jogo”, disse o assistente técnico Viola.

Viola era um dos atacantes da Veterana naquele jogo contra o Marília. Vinte e um anos depois, busca repassar os aprendizados. “Para mim é uma sensação indescritível por ser da cidade, de ter começado aqui e de ter jogado na Francana. Ter vivido um momento como esse lá atrás e, agora, como auxiliar técnico, poder dar um pouco de contribuição na beirada de campo, passando alguns atalhos aos atacantes, alguns posicionamentos que eu também aprendi, alguns com o Wantuil e com outros treinadores. A gente está muito feliz por fazer parte desse momento, que possa dar tudo certo e comemorar o acesso com a torcida”.

Se o Viola era um dos responsáveis por marcar gols, Marcelo Muniz era conhecido por evitá-los. O ex-atleta era um dos goleiros esmeraldinos da época. “Temos uma decisão pela frente, muito importante, acredito muito que nós vamos ter esse acesso. Em 2002, tive a oportunidade de fazer parte daquele grupo junto com Marcelo Flores e o Diogo (também guarda redes). Sonhamos muito com aquele acesso e, infelizmente, ele não veio. Creio que Deus nos deu uma nova oportunidade e que dessa vez nós vamos conseguir os nossos objetivos”.

A decisão em 2024 é contra o SKA Brasil, de Santana do Parnaíba. A primeira partida ocorreu no sábado, 20, terminando em empate de 0 a 0. A volta será no “Lanchão” às 10h30 deste domingo, 28. Caso a Esmeraldina ao menos empate, ainda vai enfrentar na final o vencedor de XV de Jaú e Rio Branco, mas estará apta a subir à A3.

“O futebol de Franca está novamente em ascensão, e que o torcedor cada vez mais possa se sentir prestigiado, possa se sentir lisonjeado por ter uma equipe forte, uma equipe com profissionais que trabalham firmemente. Agradeço muito a Deus por essa oportunidade, e estamos juntos nessa luta. Espero que dessa vez nós possamos ter um final diferente”, afirmou Marcelo Muniz.

A reportagem procurou Daniel Aurélio para comentar ambas as passagens pela Francana, mas não obteve resposta até o fechamento deste texto.