VIOLÊNCIA

Mesmo com policiamento reforçado, praias de Guarujá têm pouco movimento

Por Leonardo Zvarick | da Folhapress
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução/Helder Lima:Prefeitura do Guaruja?
A previsão das autoridades é que a Operação Escudo dure 30 dias.
A previsão das autoridades é que a Operação Escudo dure 30 dias.

As praias de Guarujá, no litoral de São Paulo, tiveram pouco movimento neste domingo (6), apesar do policiamento reforçado na orla. Para comerciantes e moradores, a repercussão sobre a operação policial em andamento na região pode ter afastado turistas receosos com a violência na cidade.

"Tá vindo bem menos gente, as pessoas ficaram com medo de descer", disse Maria da Paz, 45, que trabalha como vendedora ambulante na praia de Pitangueiras, uma das mais movimentadas de Guarujá. Ela pondera, por outro lado, que o movimento já é maior que o registrado no início da semana. "Estava deserto, acabamos nem trabalhando", relatou.

Lá, policiais de diversos batalhões faziam patrulhamento ostensivo de manhã e à tarde. Havia ainda viaturas da GCM em pontos de maior concentração do público.

Natural de Guarujá, o contador Salomão Oliveira, 55, conta que já foi assaltado no local e se sente mais seguro com a presença dos policiais. "Essa é uma área que tem muito crime, geralmente são grupos de jovens que furtam e fogem correndo ou de bicicleta", disse.

A previsão das autoridades é que a Operação Escudo dure 30 dias. A mobilização foi uma reação das forças de segurança do estado ao assassinato do soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) Patrick Bastos Reis. A ação policial já deixou 16 mortos e recebeu denúncias de abusos, que serão investigadas pelo Ministério Público de São Paulo.

O operador de empilhadeira Cláudio da Silva, 33, sabia da operação quando decidiu visitar Guarujá no fim de semana. "Eu imaginei que a situação estaria mais tensa nos morros e decidi vir. Realmente, aqui na praia está bem tranquilo, policiado", disse ele, que viajou à cidade com uma excursão de turistas do interior.

Dono de uma barraca de petiscos e bebidas na praia da Enseada, Nilson de Lima, 37, considera positivo o policiamento reforçado, justamente por inibir os furtos e roubos. "Esse tanto de polícia, pra ajudar, é ótimo. O problema foi esse derramamento de sangue, que deixou muita gente assustada. Principalmente quem mora na quebrada acaba criando uma visão errada da polícia", disse.

A opinião é compartilhada pela lojista Elisiane Coelho, 40, que teme o retorno de assaltantes depois que a operação for concluída. "Normalmente não fica polícia aqui, só em temporada. De fevereiro até o fim do ano a praia fica insegura", disse. O aumento das ocorrências de furtos e roubos levaram a prefeitura da cidade a ampliar a ampliar o efetivo de GCMs nas praias recentemente.

Enquanto o reforço policial garantia tranquilidade nas praias, o clima ainda era de tensão em morros e comunidades de Guarujá. A poucos metros de onde ocorreu o assassinato do soldado da Rota, PMs com armas de grosso calibre realizavam uma blitz no início da tarde, vistoriando veículos de moradores.

"O bandido fica entocado e quem sofre é o pobre", relata Elizabeth dos Santos, 26, que mora na Vila Baiana e trabalha na praia da Enseada vendendo bebidas.

Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), até o momento 160 suspeitos foram presos na operação. Os policiais ainda apreenderam 480 quilos de drogas e 22 armas de fogo, entre fuzis e pistolas.

Fale com o GCN/Sampi!
Tem alguma sugestão de pauta ou quer apontar uma correção?
Clique aqui e fale com nossos repórteres.

Comentários

Comentários